Tecnologia

Fuvest 2025: Segunda fase explora narradores de futebol, Inteligência Artificial e necropolítica

2024-12-15

Autor: Mariana

Neste domingo, dia 15, ocorreu o primeiro dia da segunda fase da Fuvest 2025, mantendo a tradição de abordar temas que a conectam aos debates contemporâneos. A prova incluiu uma redação e 10 questões discursivas de Língua Portuguesa e Literatura, com foco em temas interdisciplinares, desafiando os candidatos a integrar conhecimentos específicos com atualidades.

Os alunos e professores ressaltaram a relevância dos temas abordados, como Inteligência Artificial, a obra de Machado de Assis, o conceito de necropolítica e a linguagem dos narradores de futebol.

Henrique Braga, professor de português, destacou a importância de questões contemporâneas: “Os temas da prova estavam fortemente ligados à diversidade da Língua Portuguesa, especialmente a variedade brasileira, além de aspectos técnicos como polissemia e formação de palavras.”

Na redação, os alunos foram convidados a discutir “As relações sociais por meio da solidariedade”, com textos de apoio que tratavam de desigualdade social e cooperação entre diferentes grupos. Passagens de Machado de Assis e outros autores instigaram discussões sobre a solidariedade em tempos de crise.

Um destaque foi a presença de Machado de Assis na missa campal em 1888 pela abolição da escravatura, questionando se seu personagem Rubião, de “Quincas Borba”, seria um defensor do movimento abolicionista. Essa conexão entre Literatura e História proporcionou uma reflexão profunda sobre a obra e seu contexto social.

A Inteligência Artificial também foi um ponto de análise, com uma questão que envolvia uma tirinha sobre os impactos dessa tecnologia. Os candidatos precisaram explicar essas influências e reescrever falas de personagens, refletindo sobre a linguagem e suas nuances.

Outro tema importante foi a necropolítica, como discutido por Ailton Krenak. Os alunos tinham que explorar por que também a ideia de combater é considerada engajada nesse conceito, além de interpretar a expressão “jogar pérolas para os porcos” em relação a desinformação e resistência.

Além disso, o teste examinou a língua portuguesa como um reflexo das mudanças sociais e culturais, convidando os candidatos a explorar a criatividade dos narradores de futebol. Expressões típicas desse universo, como “a bola beija a trave”, evidenciam como a linguagem se adapta e se reinventa conforme as dinâmicas do esporte.

A prova ainda contemplou livros da lista de leitura obrigatória, como “Romanceiro da Inconfidência” de Cecília Meireles e “Os Ratos” de Dyonélio Machado. Questões sobre a estética literária e suas relações com mudanças históricas e sociais foram cruciais, levando os alunos a uma análise crítica e reflexiva de períodos fundamentais da literatura brasileira.

A Fuvest continua a ser um espaço que exige não apenas conhecimento, mas a habilidade de conectar saberes diversos, refletindo as complexidades e nuances do Brasil contemporâneo.