Frio extremo e neve nos EUA: Um alerta para o inverno no Brasil em 2025?
2025-01-26
Autor: Mariana
Os Estados Unidos estão enfrentando um janeiro histórico com temperaturas congelantes e ondas de frio que têm desafiado até mesmo os moradores mais acostumados com invernos rigorosos. A incursão de ar polar continental proveniente do Ártico resultou em uma impressionante tempestade de neve na Costa do Golfo, algo que não se via há mais de um século.
Regiões como o Texas, Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida foram inesperadamente atingidas, quebrando recordes e causando grandes transtornos, incluindo apagões massivos e interrupções de serviços. Entretanto, para muitos, a nevasca trouxe um encantamento inédito, já que várias pessoas nunca haviam testemunhado a beleza de uma nevada.
O fenômeno meteorológico foi impulsionado por um vórtice polar e por uma área de baixa pressão que trouxe umidade das quentes águas do Golfo do México, resultando em uma quantidade impressionante de neve. O Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) dos Estados Unidos descreveu essa combinação como uma "tempestade perfeita", que culminou em avisos de nevasca para regiões raramente preparadas para tais eventos.
Os números da nevasca foram alarmantes: Pensacola experimentou a maior queda de neve de sua história, com 19 cm, e na Flórida, um total de 24,9 cm foi registrado em Milton, quebrando recordes que tinham mais de 60 anos. Em Nova Orleans, a acumulância de 25,4 cm não apenas derrubou recordes, mas também causou grandes interrupções na cidade.
Além disso, os impactos desta severidade não foram apenas numéricos: pelo menos 12 fatalidades foram confirmadas, consequência de acidentes e da exposição ao frio extremo, e milhões de americanos foram alertados sobre as condições de viagem perigosas.
Mas o que tudo isso significa para o Brasil? De acordo com a MetSul Meteorologia, o padrão de frio extremo que se observa na América do Norte pode, em algumas situações, ser um prenúncio para eventos climáticos semelhantes no Hemisfério Sul, inclusive em nosso inverno de 2025.
Histórias de invernos rigorosos nos EUA, como em 1918 e 1962, resultaram em temperaturas igualmente baixas e até neve em regiões do Sul do Brasil. Contudo, a atmosfera atual é influenciada por La Niña, que pode não garantir uma repetição direta desse fenômeno no Brasil, onde o nosso inverno, de junho a agosto, tende a seguir padrões diferentes.
Modelos climáticos projetam um inverno 2025 suave, com temperaturas média ou acima da média, mas com a possibilidade de eventos pontuais de frio intenso. Ou seja, pode ser um inverno ameno, mas com surpresas de temperaturas extremas, semelhante ao que foi presenciado em eventos passados.
Ainda assim, é preciso ter cautela: as condições climáticas são complexas e não permitem previsões absolutas a longo prazo, especialmente para fenômenos raros como neve, que são mais difíceis de prever. As expectativas atuais indicam um padrão de inverno que poderá variar e trazer eventos de frio severo, mas não se prevê um inverno constante e rigorosamente frio.