Em 10 anos, fintechs e Pix deram acesso a serviços bancários a 60 milhões de brasileiros
2025-01-19
Autor: Ana
Introdução
Nos últimos 10 anos, as fintechs e o sistema de pagamento instantâneo Pix revolucionaram o acesso aos serviços bancários no Brasil, permitindo que 60 milhões de brasileiros se tornassem correntistas. Essa mudança é significativa, representando mais da metade da força de trabalho do país, que está estimada em 110,6 milhões de pessoas. O cenário é ainda mais impressionante ao considerarmos que, em meio a desafios como a tentativa do governo de aumentar a fiscalização sobre transações acima de R$ 5 mil, a adesão ao sistema Pix se manteve forte.
O Pix e sua popularidade
O Pix foi criado pelo Banco Central em 2020 e, desde então, ganhou popularidade como uma das principais formas de pagamento. Essa ferramenta proporcionou agilidade e segurança nas transações financeiras, eliminando a necessidade de acudir ao dinheiro em espécie ou mesmo a dependência de cheques, especialmente entre microempreendedores.
O impacto nas vendas de microempreendedores
Ruan Alves da Silva, um vendedor ambulante de 26 anos de Mesquita, região metropolitana do Rio, é um exemplo perfeito desse novo cenário. Ele conta que, após abrir sua conta em uma fintech, suas vendas cresceram e sua vida financeira se transformou. Movimentando entre R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês, ele descreve o Pix como essencial para seu negócio, já que os clientes são mais propensos a finalizar a compra quando têm a opção de pagar instantaneamente.
Facilidade no gerenciamento financeiro
"Dinheiro na mão vai rápido. Hoje, consigo me planejar, saber quanto estou gastando passando minhas despesas para o aplicativo da conta digital," afirma Ruan, que destaca também ter conseguido um cartão de crédito.
Serviços básicos e a popularidade do Pix
Atualmente, cerca de 80% dos novos correntistas utilizam serviços básicos através de suas contas digitais, sendo que o Pix se consolidou como o meio mais utilizado para pagamentos, especialmente em pequenas transações entre amigos e familiares. Vale destacar que a maioria das fintechs que operam no Brasil busca atender esse público que é, em sua maioria, composto por pessoas físicas com movimentações que variam de R$ 2 mil a R$ 4 mil mensalmente.
Microempreendedores e o novo padrão de consumo
Microempreendedores individuais (MEIs) também se destacam, representando 20% do total de novos clientes e movimentando valores entre R$ 5 mil a R$ 10 mil. Essa nova geração de correntistas busca soluções rápidas e acessíveis, onde os pagamentos via Pix e as transferências instantâneas se tornaram o novo padrão de consumo.
Crescimento do Nubank e impacto da pandemia
O Nubank, uma das fintechs mais populares, já ultrapassou a marca de 100 milhões de clientes no Brasil, considerando o Pix como um dos motores para inclusões financeiras. Eduardo Lopes, executivo do banco, ressalta que a pandemia acelerou a adesão, permitindo que as pessoas recebessem benefícios como o Auxílio Emergencial sem precisar abrir conta nas agências.
Expectativas futuras
Além disso, o Banco Central estima que em 2024, 72 milhões de pessoas estavam realizando transações bancárias que antes não faziam, uma prova da eficácia do Pix em trazer eficiência e segurança ao sistema financeiro nacional. De acordo com um estudo recente, as transações digitais cresceram 80% desde 2020.
Regulamentação e competição no sistema bancário
A jornada de inclusão financeira no Brasil, porém, não se resume apenas ao Pix e às fintechs. Com a regulamentação mais robusta proporcionada pelo Banco Central em 2013, surgiram arranjos que impulsionaram a competição no sistema bancário, beneficiando não só as fintechs, mas também os bancos tradicionais que tiveram que se adaptar e inovar para permanecer relevantes.
Novas fintechs e o futuro do mercado financeiro
Com a evolução do mercado, novas fintechs estão surgindo para atender demandas específicas, como a Magie, que oferece pagamentos via WhatsApp ou a NG.CASH, voltada para a Geração Z, apresentando soluções digitais que falam a língua dos jovens. Assim, o panorama financeiro brasileiro continua a evoluir, cada vez mais focado na inclusão e na praticidade para o usuário.