Cidades Sob Vigilância: A Revolução das Câmaras e Inteligência Artificial no Rio de Janeiro
2025-01-19
Autor: Mariana
O Rio de Janeiro está se transformando em uma verdadeira cidade do Big Brother com o aumento exponencial de câmeras de monitoramento espalhadas por toda a cidade. Com a implementação do sistema Civitas, a expectativa é que haja uma câmera para cada 327 moradores. Essa rede já se soma às 12 mil câmeras dos ônibus municipais e às 2 mil do MetrôRio, além de outras tantas do BRTs e de sistemas de transporte ferroviário.
Em um ambiente onde criminosos são cada vez mais ousados, as câmeras de segurança se tornaram aliadas essenciais. Na verdade, desde a sua estreia, a Civitas já foi acionada surpreendentes 943 vezes por forças policiais para auxiliar em investigações — uma média de 120 chamadas mensais!
A proposta da prefeitura é integrar ainda mais essa rede de câmeras, que atualmente, na sua maioria, foca no monitoramento do trânsito. No entanto, com um novo decreto a ser publicado ainda este ano, a intenção é conectar também câmeras de escolas, hospitais e de cidadãos comuns. A cidade planeja apenas integrar as câmeras voltadas para áreas externas, aprimorando a vigilância urbana.
O Vice-Prefeito Eduardo Cavaliere salientou a importância deste projeto para a segurança pública. Segundo ele, o Civitas não se restringe ao mero monitoramento, mas busca oferecer uma gestão mais eficaz e proativa em relação à criminalidade.
Uma das inovações mais impressionantes é a possibilidade da plataforma ser 'treinada' por Inteligência Artificial, permitindo novas funcionalidades como identificação em tempo real de状 observations e padrões de comportamento. Esta tecnologia poderia, por exemplo, ativar um alarme quando um grupo de pessoas se comporta de maneira suspeita por um tempo prolongado.
No entanto, não são apenas câmeras públicas. Estimativas indicam que existem cerca de 450 empresas oferecendo serviços de videomonitoramento na capital fluminense. Juntas, elas elevam o número de câmeras para 3,3 por mil habitantes, colocando o Rio na liderança desse quesito no país.
Empresas privadas, como a Gabriel, fundada em 2019, já têm um papel ativo neste cenário. Com 6.479 câmeras a serviço da população, a empresa encontrou seu nicho focando na vigilância das ruas, ao contrário do padrão que preferia monitorar residências e estabelecimentos apenas. O diretor-executivo, Erick Coser, afirma que, apesar do custo de R$ 499 mensais para o serviço básico, imagens fornecidas pela Gabriel levaram à prisão de 400 suspeitos e inocentaram sete pessoas.
No entanto, críticos como a socióloga Carolina Grillo afirmam que, apesar de todo este sistema de monitoramento, ele não é eficaz na prevenção de crimes. Diferente do que acontece em países mais desenvolvidos, as câmeras no Rio ainda lutam para evitar os atos de criminalidade que afligem a população.
Unidos pela segurança, moradores do Anil e Freguesia, na Zona Oeste, criaram um sistema de monitoramento próprio através da contratação de uma empresa que utiliza Inteligência Artificial para vigiar as imagens continuamente. A iniciativa surgiu em resposta a uma onda de roubos na região e, nos últimos dois meses, os crimes caíram drasticamente, com apenas um roubo registrado, embora antes houvesse até um caso por semana.
A integração entre tecnologia, vigilância e segurança pública no Rio de Janeiro gera um mix de esperanças e debates sobre a privacidade e a eficácia de tais medidas. Resta saber se a cidade conseguirá equilibrar a segurança com a liberdade dos cidadãos.