O dólar comercial começou a sexta-feira (17) em baixa em relação ao real, com os investidores atentos à posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima segunda-feira. As expectativas sobre sua administração, em especial em relação às políticas econômicas e monetárias, estão colocando os mercados em movimento.

Às 13h05, a cotação do dólar à vista caiu 0,23%, sendo vendidos a R$ 6,038 na compra e R$ 6,039 na venda. Já na B3, os contratos de dólar futuro com vencimento mais próximo sentiram a pressão, caindo 0,32%, a 6.047 pontos.

O Banco Central programou um leilão para a venda de até 15.000 contratos de swap cambial, como parte da estratégia para rolagem de vencimentos futuros, o que poderá influenciar o fluxo de dólar no mercado.

Os investidores estão particularmente preocupados com como Trump implementará suas promessas de campanha, que incluem o controle da inflação e a imposição de tarifas de importação. Durante uma audiência no Senado, Scott Bessent, o indicado para liderar o Departamento do Tesouro, mencionou que a prioridade deve ser a manutenção do dólar como moeda de reserva global, apresentando uma abordagem cautelosa à política econômica do novo governo.

Ademais, as declarações do diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, indicam uma possibilidade de cortes nas taxas de juros mais cedo e mais agressivos do que o esperado. A inflação nos EUA parece estar desacelerando, aproximando-se da meta de 2%, o que é um bom sinal para o mercado financeiro.

Do outro lado do mundo, a reunião do Banco do Japão também pode impactar o cenário global, com expectativas de aumento da taxa de juros do país, situação que tende a influenciar as negociações no mercado de câmbio.

Enquanto isso, dados econômicos da China, que mostraram uma expansão acima das expectativas no quarto trimestre, trouxeram um alívio temporário para outros mercados, fazendo com que moedas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano, valorizassem em relação ao dólar.

Por aqui, o início do ano foi marcado por uma certa calmaria no cenário econômico nacional, com poucos dados e notícias relevantes. Os investidores estão observando à distância as declarações e as novas diretrizes do governo brasileiro, aguardando ansiosamente a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à CNN Brasil, que pode revelar mais sobre os planos fiscais do país para 2025.

Com um panorama global instável e a expectativa pela nova administração de Trump, o que mais pode acontecer com a cotação do dólar? Não saiam daí, pois as próximas semanas prometem surpresas!