Mary Shohat, irmã de Michel Nisenbaum, único brasileiro sequestrado pelo Hamas durante o conflito em Gaza, expressou esperança após o anúncio do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista. Em uma declaração ao g1 nesta quinta-feira (16), Shohat declarou: "Estou contente que o acordo foi firmado. Agora, só espero que os reféns voltem e com vida." Nisenbaum, que residia em Israel desde a adolescência, foi sequestrado pelo Hamas durante uma tentativa de buscar seu neto após o ataque terrorista em 7 de outubro de 2023.

Por mais de seis meses, a família de Nisenbaum engajou-se em uma intensa campanha pela libertação dos reféns. Em um momento crucial, Shohat e a filha de Nisenbaum, Hen Mahlouf, se reuniram com o presidente Lula, que contatou autoridades do Catar, mediadores nas negociações, pedindo a libertação de seu irmão. Infelizmente, em maio de 2024, Nisenbaum foi encontrado morto por tropas israelenses em Jabalia, na Faixa de Gaza, durante uma operação militar.

A irmã de Nisenbaum, em meio ao alívio do cessar-fogo, reagiu ao impasse que surgiu nas negociações, quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas havia mudado os termos do acordo. Netanyahu indicou que não convocaria seu gabinete até que o Hamas recuasse nas mudanças propostas.

O anúncio do cessar-fogo, feito pelos governos do Catar e dos Estados Unidos, prevê a soltura de dezenas de reféns e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza, uma região que, historicamente, enfrenta uma severa crise humanitária, exacerbada pelo intenso conflito que já resultou em milhares de mortos.

As negociações para a implementação do cessar-fogo incluem várias fases. A primeira fase, programada para durar seis semanas, estabelece a libertação de 33 reféns. Durante esse período, Israel deve retirar parte de suas forças militares da região. O acordo também prevê a entrada de ajuda humanitária, com a expectativa de 600 caminhões diários entrando em Gaza.

Enquanto isso, tanto o governo israelense quanto os representantes do Hamas continuam a discutir os detalhes do cessar-fogo. O Catar, o Egito e os Estados Unidos estão envolvidos como mediadores, buscando um caminho para um acordo sustentável. A paz na região continua a ser um objetivo difícil de alcançar, mas o apoio internacional e a pressão para a implementação do acordo são esperanças cruciais para a população afetada pelo conflito.