O dólar registrou uma acentuada valorização após Donald Trump confirmar sua vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Esse movimento impactou diretamente os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, que subiram devido à expectativa de que as políticas do novo presidente mantenham as taxas de juros em níveis elevados.

Com a confirmação da vitória de Trump, investidores aumentaram sua alocação em ativos americanos, buscando melhores retornos. A mudança já era visível mais cedo, quando o dólar se valorizou contra principais moedas asiáticas.

A alta do dólar foi impulsionada por uma venda generalizada no mercado de títulos, pois os operadores ajustaram suas expectativas em relação às políticas econômicas do presidente eleito. Trump prometeu implementar cortes de impostos e aumentar tarifas sobre importações, o que, segundo analistas, poderá elevar as pressões inflacionárias e adiar cortes nas taxas de juros promovidos pelo Federal Reserve.

Priya Misra, gerente de portfólio da JPMorgan Investment Management, destacou que "as propostas de Trump podem levar a uma inflação mais alta e a déficits, o que provavelmente resultará em rendimentos maiores para os títulos de longo prazo".

O Bloomberg Dollar Spot Index, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas, subiu 1,2%, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos aumentaram 15 pontos-base, atingindo 4,44%. Essa valorização pressionou globalmente outras moedas, com o euro, o iene japonês, o dólar australiano e o franco suíço apresentando queda de pelo menos 1%. O peso mexicano, por sua vez, viu uma desvalorização em torno de 3%.

A intensa competição eleitoral resultou em uma volatilidade significativa nos mercados, com fundos hedge e especuladores adotando estratégias conhecidas como "Trump trades", apostando contra os títulos dos EUA e o peso mexicano ao longo de outubro. Contudo, essas movimentações diminuíram na última semana, conforme Kamala Harris começou a apresentar um desempenho mais forte nas pesquisas.

De acordo com a Commodity Futures Trading Commission, até 29 de outubro, fundos hedge e especuladores tinham aproximadamente US$ 17,8 bilhões em posições de compra no dólar, motivados pela busca por ativos de refúgio em meio à incerteza eleitoral.

A vitória de Trump trouxe ramificações para o mercado financeiro e para a economia americana, levantando questionamentos sobre como suas políticas afetarão o cenário econômico futuro. Será que a euforia inicial se sustentará ou haverá uma correção nos mercados? O tempo dirá!