Eleições nos EUA: Brasileiras compartilham experiências inéditas com o voto no país e a curiosidade de votar do Brasil por e-mail
2024-11-05
Autor: Matheus
Em meio a um panorama eleitoral conturbado, brasileiras que se tornaram cidadãs americanas estão vivenciando a eleição de 2024 de maneira única. Com aproximadamente 1,9 milhão de brasileiros vivendo nos Estados Unidos, muitos optam por exercer seu direito ao voto mesmo estando de volta ao Brasil.
Uma moradora de São Pedro da Aldeia, que prefere manter sua identidade em sigilo, revelou ao g1 como tem exercido sua cidadania a distância. Após residir por 30 anos nos EUA e se tornar cidadã americana há 20 anos, ela votou recentemente ao receber seu cartão para votação via e-mail. "Nós imprimimos, marcamos nossa escolha, escaneamos e enviamos novamente por e-mail. O processo foi bastante simples e eficiente", explicou.
A Embaixada dos EUA no Brasil oferece orientações claras sobre como votar do exterior. Os eleitores precisam preencher um formulário para solicitar cédulas de voto a distância, e muitos estados permitem o envio online das cédulas preenchidas. Caso a cédula em papel seja necessária, é possível entregá-la gratuitamente nas embaixadas ou consulados dos Estados Unidos.
"Cada estado tem prazos específicos para coleta e envio das cédulas. O voto pelo correio é a opção mais comum, mas alguns permitem envio por fax ou e-mail, oferecendo alternativas para que os votos sejam contados", destacou a Assessoria de Imprensa da Embaixada.
A moradora de São Pedro da Aldeia conta que vive com seu marido americano há três anos e que a família ainda reside nos EUA, com membros de ambos os partidos: republicano e democrata. "Conseguimos respeitar as opiniões uns dos outros, mesmo com a divisão política que existe na família", ressaltou, lembrando que nas últimas eleições houve um desentendimento familiar.
Priscila Zwar, natural de Maricá e que se mudou para os EUA em 2017, está animada para votar pela primeira vez em 2024. Após se tornar cidadã americana em setembro, ela recebeu seu ballot pelo correio e teve até meia-noite do dia da votação para enviá-lo. "É estranho para mim, pois no Brasil tudo é diferente, mas estou entusiasmada com essa experiência", compartilhou.
Ela também mencionou que os eleitores receberam um guia com informações sobre os candidatos, o que facilitou a escolha para aqueles que estão ainda se familiarizando com o sistema eleitoral.
Rita Bias Marston, de Cabo Frio, também está participando do processo eleitoral pela segunda vez. Para ela, "votar é um direito e uma responsabilidade cidadã, é nossa chance de influenciar o futuro do nosso país". Ela observa que, apesar de a atmosfera eleitoral estar mais calma neste ciclo, a participação da população também está crescendo, com muitos já votando antecipadamente.
Por outro lado, Lívia Brow, que reside nos EUA há seis anos, lamenta não poder votar por ainda não ter a cidadania. "É frustrante assistir ao nosso futuro ser decidido por outros, enquanto a gente simplesmente observa", desabafou. Embora more em uma área com forte apoio ao Trump, ela não presenciou atos de violência, ressaltando que a comunidade local é tranquila.
As eleições nos Estados Unidos estão em pleno andamento, e a situação atual revela não apenas a diversidade de opiniões entre os brasileiros, mas também a importância de cada voto para moldar o futuro da nação.