O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou um gasto médio impressionante de R$ 376 mil por funcionário público ativo em 2023. No total, as despesas governamentais alcançaram a exorbitante cifra de R$ 215 bilhões, abrangendo 572 mil colaboradores, ajustadas pela inflação. Este aumento representa uma elevação anual de R$ 4.567 no gasto por empregado, revertendo a tendência de queda observada nos últimos três anos, resultado das medidas de austeridade implementadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, o número de servidores públicos em atividade, que havia diminuído de 2018 a 2022, voltou a crescer, assim como os gastos totais com este grupo. De acordo com dados do Painel Estatístico de Pessoal, essas mudanças refletem uma alteração significativa no panorama do funcionalismo público brasileiro.

As perspectivas para 2024 também apontam para um novo aumento nas despesas, com os dados acumulados até setembro mostrando gastos de R$ 147 bilhões para 575 mil funcionários – o que representa um custo médio de R$ 256 mil.

Um dos legados mais marcantes de Lula é o fortalecimento do funcionalismo público. Históricos mostram que governos do PT costumam finalizar seus mandatos com um saldo positivo na contratação de servidores. Um exemplo claro desse movimento é o Concurso Nacional Unificado (CNU), muitas vezes referido como o "Enem dos Concursos", que tem facilitado a entrada de novos trabalhadores no setor público.

Apesar do discurso atual que sugere uma necessidade de contenção de gastos, uma ação formal deve ser anunciada até o final do ano. Entretanto, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, já sinalizou críticas em relação aos "supersalários". Em suas palavras, "Salários acima do limite constitucional não são apenas desperdício, são ilegais, inconstitucionais e imorais. A forma como lidaremos com isso depende de diálogos futuros com o presidente e o Congresso Nacional".

Gastos com Aposentados

Enquanto isso, o gasto médio do governo com cada funcionário aposentado atingiu R$ 270 mil, com um aumento de R$ 11.069 ao longo do ano. Em termos percentuais, isso znači uma variação de 4,1% comparado a 2023. Vale destacar que o crescimento dos gastos com aposentados superou o aumento das despesas com servidores ativos, que foi de apenas 2,1%.

Pensões Pós-Morte

No que se refere às pensões, o gasto médio foi de R$ 240 mil em 2023 para aqueles que deixam pensão para suas famílias após falecer. Embora o número de beneficiários tenha diminuído, os gastos com essa categoria aumentaram, refletindo um maior comprometimento financeiro do governo.

Esses números sugerem que, mesmo em um cenário econômico desafiador e com a necessidade de cortes de despesas, o governo Lula tem optado por manter e até aumentar os investimentos no funcionalismo público, um aspecto que poderá influenciar as eleições futuras e a percepção da população sobre as políticas governamentais.