Queda das Ações da Oi

Quem acompanhou o mercado brasileiro nesta terça-feira (12) levou um verdadeiro susto ao ver as ações da Oi (OIBR3) despencarem. Em um único pregão, a empresa de telecomunicações viu seu valor de mercado reduzir drasticamente, com papéis caindo até 60%, sendo negociados a R$ 1,00. Em seu ponto mais baixo, as ações chegaram a ser cotadas a R$ 0,93, virando literalmente penny stocks (ativos abaixo de R$ 1,00).

Com uma queda acumulada superior a 85% ao longo do ano, a Oi, que já foi uma gigante no setor de telecomunicações, agora tem um valor de mercado que não passa de R$ 681,71 milhões.

Motivos da Derrocada

O que está por trás dessa derrocada assustadora? Recentes eventos apontam para um cenário preocupante:

1 - Aumento de Capital

Um dos principais fatores que podem ter contribuído para o pessimismo em relação às ações da Oi é a injeção de capital aprovada no início do mês pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no valor de R$ 1,39 bilhão. Este movimento visa ajudar a companhia em sua recuperação financeira. Entretanto, a emissão de 264 mil novas ações ordinárias a R$ 5,26 por papel acendeu um alerta entre os investidores, que começaram a se desfazer de suas ações para minimizar prejuízos, antecipando o impacto da diluição em suas participações.

2 - Novos Conselheiros no Centro do Debate

Na última segunda-feira (11), a Oi convocou uma assembleia para eleger novos membros do conselho de administração, um passo crucial para reestruturar a governança da empresa. Os acionistas se reunirão no dia 11 de dezembro para decidir sobre a eleição de sete novos conselheiros, o que pode trazer mudanças significativas na estratégia e operações da companhia.

3 - Resultados Fracos no 3T24

O balanço financeiro referente ao terceiro trimestre de 2024 revelou que a Oi segue enfrentando sérios desafios:

- Lucro líquido de R$ 243 milhões, mas ainda longe de compensar um prejuízo de R$ 2,8 bilhões no mesmo período do ano anterior;

- Receita líquida caiu para R$ 2,09 bilhões, uma queda de 13,7% em relação ao ano anterior;

- Ebitda negativo de R$ 335 milhões, embora com uma leve melhora de 13,5% em relação ao ano passado;

- Fluxo de caixa operacional também negativo, atingindo R$ 496 milhões.

4 - Vendas de Ativos Persistem

A companhia continua a implementar sua estratégia de venda de ativos, como parte do plano de reestruturação de dívidas. Recentemente, a Oi vendeu torres e imóveis para a SBA Torres Brasil, num montante de R$ 40 milhões. Contudo, como a SBA é uma credora da Oi, a transação poderá ser compensada com créditos que a empresa deve. Essa venda é apenas mais um passo em sua recuperação judicial, que já está sendo de longa duração, mas que continua a esvaziar o portfólio da operadora.

O Futuro da Oi

Diante de todos esses fatores, a grande questão que fica no ar é: a Oi conseguirá se reerguer ou está fadada a um futuro incerto? Acompanhe as próximas movimentações para entender se essa será a última chamada para a empresa!