Nação

COP-30 em Belém: Governador Helder Barbalho clama pela participação dos EUA e destaca urgências ambientais

2024-11-10

Autor: Carolina

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), um dos anfitriões da COP-30, que ocorrerá em Belém em 2025, expressou sua expectativa pela presença dos Estados Unidos no evento, mesmo considerando a recente reeleição de Donald Trump.

"Os EUA são a maior potência econômica do mundo e, segundo estimativas, suas ações podem causar danos ambientais que somarão US$ 900 bilhões até 2030. Por isso, é imperativo que o país compreenda a necessidade de alinhar sua estratégia às urgências que enfrentamos em relação ao meio ambiente", afirmou Barbalho em uma entrevista ao portal g1.

Recentemente, reportagens indicaram que a nova administração nos EUA poderia, mais uma vez, buscar uma retirada do Acordo de Paris, um pacto climático assinado em 2015 com o objetivo de limitar o aumento das temperaturas globais a menos de 2ºC até o final do século. Esse acordo busca ações efetivas para a redução das emissões de gases que contribuem para o aquecimento global, um tema que será central na COP-30.

Em suas palavras, Barbalho enfatizou a importância do diálogo entre Brasil e Estados Unidos para a formação de "uma nova economia verde global", ressaltando que a COP na Amazônia será crucial para revisar compromissos assumidos e discutir novas formas de financiamento que impulsionem soluções sustentáveis através da união de iniciativas públicas e privadas.

"Na COP de Belém, haverá uma oportunidade única para que nações avaliem o que foi acordado em 2015 e discutir a implementação de políticas que priorizem uma economia verde sustentável. Precisamos construir soluções viáveis e garantir o financiamento necessário", destacou.

Planos do Brasil na COP-30 incluem a busca por ações que compensem as emissões de países como os Estados Unidos, utilizando tecnologias já desenvolvidas na Amazônia, incluindo o mercado de carbono. Barbalho mencionou que a transição energética é uma estratégia vital para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e que o Pará já registrou a maior venda de créditos de carbono do mundo, alcançando 12 milhões de toneladas, o que poderá resultar em R$ 1 bilhão em ganhos no primeiro semestre de 2025.

Esses recursos serão direcionados para os povos indígenas, comunidades quilombolas e agricultura familiar, subsidiando a continuidade das políticas de preservação ambiental no estado e a luta contra o desmatamento.

"Essa é uma agenda central para harmonizar o desenvolvimento sustentável e os desafios ambientais. Precisamos estar preparados para defender a Amazônia e suas riquezas não apenas em Belém, mas em todo o Brasil e no mundo", concluiu o governador.

Ainda na esfera internacional, este ano a ONU promovendo a COP-29, que começa no dia 10 em Baku, Azerbaijão, e o Pará contará com uma delegação de cerca de 20 pessoas para traçar parcerias e conhecer mais sobre os desafios da COP, visando uma preparação exemplar para o evento em Belém em 2025.