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Cocaína Rosa: A Droga Perigosa que Está Dominando as Festas na Europa

2024-09-25

Uma nova e alarmante tendência vem se espalhando rapidamente pelas festas da Europa: a cocaína rosa, um coquetel de drogas sintéticas que preocupa autoridades em países como Espanha e Reino Unido.

Em uma grande operação realizada em setembro, autoridades espanholas apreenderam a maior quantidade já registrada dessa substância, junto com mais de um milhão de pílulas de ecstasy. A operação mira nas redes de distribuição em locais como Ibiza e Málaga, famosos por suas badalações.

Associada a um número crescente de mortes por overdose, a cocaína rosa desperta apelos urgentes de organizações que trabalham na redução de danos, para que ações imediatas sejam tomadas visando a saúde pública.

Contrariando seu nome, a cocaína rosa nem sempre contém a substância cocaína. Em sua composição, costuma incluir MDMA, cetamina e 2C-B, uma mistura que pode ter efeitos devastadores em quem a consome. O MDMA, conhecido pelo apelido de ecstasy, é um poderoso estimulante com propriedades psicodélicas, enquanto a cetamina — um anestésico — pode causar sedação severa e alucinações. As drogas da família 2C também são psicodélicas e podem provocar euforia e alterações perceptuais.

Essa substância se destaca pela sua cor vibrante, resultante da adição de corantes alimentícios, que visam atrair usuários, especialmente os mais jovens. Em alguns casos, fragrâncias como morango são também adicionadas para aumentar o apelo. A versão psicodélica original da cocaína rosa data de 1974 e foi criada pelo bioquímico Alexander Shulgin, mas sua variante moderna começou a ganhar força em 2010, surgindo na Colômbia como uma fórmula falsificada.

No entanto, sua popularidade não se restringe à América Latina. A cocaína rosa, também chamada de "cocaína rosada", "tuci", "Vênus" ou "Eros", já se espalhou pela Europa, com sinais claros de crescimento no Reino Unido e, particularmente, na Escócia e País de Gales. Além disso, a cidade de Nova York também reportou um aumento na disponibilidade desse produto.

A cocaína rosa é frequentemente descrita como uma roleta russa, devido à sua natureza imprevisível. Usuários esperam um efeito estimulante semelhante ao da cocaína, mas podem ser surpreendidos pelos riscos da cetamina, que podem levar à inconsciência ou a distúrbios respiratórios.

Com um custo médio de cerca de US$ 100 (aproximadamente R$ 550) por grama na Espanha, a cocaína rosa é comercializada como um produto de alto valor, aumentando ainda mais seu apelo entre consumidores em busca de experiências intensas.

Os serviços de verificação de drogas se tornaram uma necessidade urgente. Kits que analisam substâncias podem ser ferramentas valiosas para a redução de danos, ajudando os consumidores a identificar o que realmente estão ingerindo e proporcionando uma camada adicional de proteção. O crescimento da cocaína rosa serve como um lembrete da constante evolução das drogas ilícitas, onde tendências de mídias sociais e comportamentos de risco se entrelaçam, criando novas ameaças à saúde pública.

Com a crescente popularidade da cocaína rosa, é essencial que as autoridades e o público estejam preparados. A combinação de estética atrativa e uma mistura perigosa de substâncias químicas continua a colocar em risco a vida de muitos, especialmente dos jovens. Portanto, a conscientização e a educação sobre os perigos associados a essa e outras drogas sintéticas são mais importantes do que nunca.