Saúde

Escândalo da 'Mafia das Próteses': Condenados continuam na Saúde Pública do DF!

2024-09-23

Durante o juramento de Hipócrates, que todo médico realiza na formação, a promessa é de zelar pela dignidade e vida dos pacientes. Porém, essa ética foi ignorada pela "Mafia das Próteses", um grupo criminoso que veio à tona em 2016, chocando a população do Distrito Federal (DF) com suas fraudes. Acusados de lesar planos de saúde e mutilar pacientes com cirurgias desnecessárias utilizando materiais de má qualidade, eles movimentaram milhões de reais, englobando uma complexa rede de médicos, enfermeiros e empresários.

As investigações revelaram histórias perturbadoras de mutilações e até tentativas de homicídio, levando centenas de vítimas a procurar a polícia para formalizar denúncias. Não se tratava apenas de um pequeno esquema, mas de um verdadeiro colosso de corrupção na saúde, que chegou a envolver até as instâncias mais altas do serviço público.

Em 2020, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou 12 réus, mas muitos permanecem ativos em hospitais e clínicas, incluindo aqueles que ostentam cargos na saúde pública. É o caso de Sammer Oliveira Santos, condenada a 3 anos e 9 meses de reclusão em regime aberto e que atualmente atua como enfermeira em um centro obstétrico de um hospital público, recebendo um salário generoso de R$ 14.489,31. Ao confessar suas ações durante uma delação premiada, ela revelou a combinação entre diversas empresas para fraudar a oferta de orteses e próteses, uma estratégia que beneficiou financeiramente um seleto grupo de corruptos.

Outro nome envolvido no esquema é Marco de Agassiz Almeida Vasques, um médico-legista condenado também em 2020. Ele recebeu uma pena de 4 anos e 6 meses, mas ainda ocupa uma posição de destaque dentro da Polícia Civil, demonstrando como a justiça muitas vezes falha em proteger a população. Ele obteve uma importante função ao gerenciar Perícias Médicas, mesmo depois de sua condenação, alimentando a indignação pública.

A defesa de Marco argumenta que ele não cometeu nenhum crime, mas a discussão vai além da simples absolvição. Trata-se de um sistema que aparentemente continua a operar sem grandes consequências, colocando em risco a vida de pacientes que já foram prejudicados pelas ações da mafia.

Esse escândalo ressalta um ponto crítico nas práticas de saúde: muitas vezes, os lucros vêm em primeiro lugar, enquanto a saúde dos cidadãos é tratada como secundária. Pacientes foram submetidos a cirurgias desnecessárias e produtos vagabundos, em um conluio que envolve médicos e diretrizes de saúde, além de planos que pagavam mais caro por procedimentos que não precisavam de grandes intervenções.

O Ministério Público do DF não está parado e continua a investigar novas denúncias ligadas ao caso, enquanto a população questiona a transparência e segurança dos serviços de saúde. A atuação da Secretaria de Saúde do DF também é observada com desconfiança, principalmente em relação à permanência de Sammer Oliveira, que continua a trabalhar em unidade pública. O que acontecerá com esses profissionais e outras pessoas envolvidas ainda é um mistério - mas uma coisa é certa: esse escândalo não pode ser esquecido e a luta por justiça continua!