Negócios

China Resgata Ações Brasileiras Após Decisão do Fed – Uma Nova Estratégia Surge!

2024-09-25

Nos últimos tempos, a equipe de estratégia do JPMorgan, liderada por Emy Shayo, expressou otimismo em relação às ações brasileiras, embora a situação atual não permita grandes comemorações. "Olhando friamente, a história não é convincente", afirmam os analistas, ressaltando que as taxas de juros locais estão em ascensão, complicando o contexto econômico.

Após a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) na última terça-feira (24), os economistas do banco revisaram suas expectativas, prevendo um aumento total da Selic de 150 pontos-base (pb), superando os 100 pb anteriormente projetados, com um ciclo que pode se estender até a primeira metade de 2025. E, enquanto aguardam cortes futuros de 200 pb no segundo semestre de 2025, estão preocupados em ver o Brasil terminando com uma taxa 50 pb abaixo do início desse ciclo de aperto.

O cenário global traz algumas notícias positivas, levando a uma análise de "forças divergentes", tema central do relatório do JPMorgan sobre as ações brasileiras. Com o Federal Reserve iniciando um ciclo de cortes de juros, acompanhado por estímulos anunciados na China, o Ibovespa teve uma leve recuperação — o que levanta expectativas quanto ao futuro do mercado de ações brasileiro.

Os estrategistas do banco alertam que, historicamente, as ações locais raramente performam bem durante os períodos de aumento das taxas de juros, uma tendência que se manteve intacta desde 2008. Em contrapartida, durante os ciclos de aperto de 2002-2003 e 2004-2005, o desempenho foi positivo, impulsionado pelo superciclo das commodities, que, lamentavelmente, não está mais em vigor.

Além disso, apesar da crença comum, a valorização do real não é uma certeza durante esses ciclos de alta das taxas: "Taxas mais altas = menor crescimento = menos fluxos", relembram os analistas.

Observando o desempenho passado das ações brasileiras durante a flexibilização monetária do Fed, a análise não é otimista. De fato, a correlação entre o desempenho das ações e as condições do mercado global parece ter se dissipado, especialmente após a pandemia. A equipe do JPMorgan ainda destaca que, a menos que os estímulos chineses resultem em maior crescimento e em preços sustentáveis das commodities, a recuperação brasileira pode não ser garantida.

Entretanto, há uma luz no fim do túnel: investimentos em mercados emergentes estão começando a sair de um período crítico, com algumas entradas discretas já observadas no Brasil nas últimas semanas. Os investidores precisam estar atentos, pois uma pequena mudança nos fluxos de fundos globais pode ter um grande impacto positivo no Brasil, principalmente porque o país vê um histórico de baixa exposição a ativos emergentes.

Recentemente, uma análise do Bradesco BBI sugeriu que, durante diálogos com investidores americanos, muitas vezes eles demonstram uma tolerância maior para a atual crise de confiança fiscal e monetária do Brasil em comparação aos investidores locais, que mantêm uma postura mais cautelosa.

Os analistas do JPMorgan recomendam cautela, diante do risco subtendente em setores sensíveis às taxas, como varejo e construção civil. No entanto, eles consideram que a ausência de uma recessão poderia trazer um ambiente favorável para ações brasileiras, especialmente em setores como materiais e petróleo, que têm demonstrado resiliência. Com o Fed sinalizando mudanças, o Brasil pode estar em uma posição estratégica para atrair capital estrangeiro novamente.

Por fim, a situação das ações da Vale e da Petrobras é observada com otimismo. A Vale, apesar de suas dificuldades, pode estar vendo um ressurgimento devido a uma combinação de valuation atrativo e melhorias operacionais. A Petrobras, por sua vez, apresenta um potencial significativo para dividendos mais elevados, especialmente se os preços do petróleo se mantiverem firmes.