Uma cena de horror impressionou os moradores da comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira. Um homem foi visto empurrando uma cadeira de rodas com o corpo de sua mãe, Aurora Marques, de 100 anos, que já estava em estado de decomposição. Segundo informações, a idosa faleceu de causas naturais e o filho a trouxe pelas ruas da região.

Imagens filmadas por transeuntes mostram o homem circulando com o corpo, enquanto ele foi abordado por pessoas preocupadas. A remoção do corpo de Aurora ocorreu apenas na quarta-feira, apesar de sua morte ter sido na terça-feira. A Polícia Civil já começou uma investigação sobre o caso, buscando entender as circunstâncias que levaram àquela situação tão incomum e perturbadora.

O relato em entrevista ao RJTV revelou que o homem reside na comunidade Bateau Mouche e que, desde o dia 7 de janeiro, ele tem enfrentado ameaças de expulsão da localidade. Com a saúde da mãe deteriorando-se e sem poder andar, o homem afirmou que, na terça-feira, Aurora teve um mal súbito enquanto estava deitada em casa e faleceu imediatamente.

Após a morte, ele chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas, segundo seu relato, a emergência só compareceu ao local após um segundo chamado. Quando a equipe chegou, uma médica confirmou o falecimento e informou que os serviços sociais cuidariam do traslado do corpo. Diante da aparente lentidão, o homem decidiu levar a mãe até o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Praça Seca.

No caminho, ele alegou ter sido ameaçado por criminosos que o acusaram de ter assassinado a mãe e que o agrediram. Contudo, a Polícia Militar relatou que ele chegou à delegacia sem ferimentos. A 28ª DP (Campinho) está averiguando todos os detalhes do incidente, enquanto a Secretaria de Assistência Social do município disponibiliza apoio à família da vítima, através do CRAS Gonzaguinha.

Este caso levanta diversas questões sobre a assistência social e as condições de vida nas comunidades cariocas, especialmente para os mais vulneráveis. A sociedade espera respostas e um acompanhamento mais efetivo das autoridades para evitar que situações tão trágicas se repitam.