Carnaval na Tijuca: Bloco em homenagem a Fernanda Torres e a luta pela memória coletiva
2025-01-12
Autor: Mariana
Neste sábado, o bairro da Tijuca foi palco de um vibrante bloco de carnaval que prestou homenagem à renomada atriz Fernanda Torres. O evento, que mobilizou foliões e moradores da região, também destacou a importância da memória histórica, ao passar pela antiga sede do Departamento de Operações de Informações do 1º Batalhão de Polícia do Exército (DOI-I), onde Rubens Paiva, ex-deputado e ativista, foi assassinado durante a Ditadura Militar.
Thales Browne, saxofonista e criador do bloco, explicou ao g1 que a escolha do tema remete à preservação da memória coletiva e à conscientização sobre os horrores enfrentados durante a ditadura. "A folia é um espaço de conscientização coletiva. Estamos na folia e falando de coisas sérias como 'ditadura nunca mais'. Sou tijucano assim como a Fernanda Torres. Esse bloco é uma homenagem a ela, à música brasileira e ao carnaval. Começamos na rua onde ela morou e finalizamos em frente ao busto de Rubens Paiva", disse Browne.
Famosa por seu talento e engajamento, Fernanda Torres, que mantém forte conexão com suas raízes tijucanas, já compartilhou em suas redes sociais reflexões sobre sua vida e carreira. Recentemente, ela foi aclamada como a melhor atriz em filme de drama no Globo de Ouro pelo seu papel como Eunice Paiva no filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles. O reconhecimento internacional deste longa-metragem reforça as chances do filme e de Fernanda na corrida pelo Oscar 2025.
A narrativa do filme não só retrata a dor e a luta da mulher de Rubens Paiva, interpretada por Selton Mello, mas também destaca a resiliência diante da violência do regime militar, trazendo uma participação tocante de Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres. Essa conexão familiar e a linha do tempo dos eventos históricos são fundamentais para entender as camadas de opressão e a busca por justiça que permanecem relevantes até hoje.
Com figuras tão emblemáticas na cultura brasileira, o bloco de carnaval reafirma o poder da arte como forma de resistência e homenagem, celebrando não apenas o carnaval, mas também a luta por memória e justiça.