Brasil e Suécia Unem Forças: Negócio Impactante de Caças e Aviões de Transporte!
2024-11-09
Autor: Mariana
Após intensas negociações que se arrastaram por mais de um ano, Brasil e Suécia firmaram uma carta de intenções neste sábado (9), anunciando uma parceria estratégica que pode mudar o panorama militar da América do Sul. A Força Aérea Brasileira (FAB) irá adquirir mais caças Saab Gripen, enquanto a Suécia fará a compra de aviões de transporte tático Embraer KC-390.
O entendimento foi selado durante uma visita do ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, à cidade de Natal, que atualmente sedia o exercício Cruzex, promovido pela Força Aérea Brasileira. Este evento reúne aeronaves de várias nacionalidades, como os famosos caças F-15 dos Estados Unidos e F-16 do Chile. Este também foi o palco para a estreia do novo caça Gripen no Brasil, cujo modelo já possui 7 das 8 unidades operacionais em solo brasileiro.
"A cooperação aeroespacial é vital tanto para a Suécia quanto para o Brasil. Essa carta de intenções estabelece as bases para expandirmos ainda mais essa colaboração", afirmou Jonson, sinalizando a importância estratégica do acordo.
Apesar de ser apenas um primeiro passo, o documento representa um avanço significativo em um processo que enfrentou obstáculos, especialmente a resistência por partes da Força Aérea sueca em substituir o C-130 Hércules pelo KC-390.
Diante das insatisfações, a FAB havia considerado a possibilidade de adquirir um lote de caças F-16 de segunda mão, o que evidenciou a pressão nas negociações em andamento. Em cenário complexo, a FAB busca preencher o vazio que será deixado pela aposentadoria dos aviões de ataque AMX programada para o próximo ano.
Questões orçamentárias também se tornam um fator relevante nas discussões, pois o Brasil já enfrenta um aperto fiscal. Há intenção de expandir a frota brasileira de Gripen em até 25%, conforme as estipulações do contrato firmado em 2014. O valor total estimado da nova aquisição chega a cerca de R$ 4 bilhões, a serem amortizados nos próximos 25 anos, o que levanta preocupações em tempos de ajuste fiscal.
Nada é certo quanto à forma que este projeto tomará, uma vez que negociações diretas entre o presidente Lula (PT) e representantes suecos no ano passado não avançaram como esperado.
Entretanto, a tecnologia de transferência associada ao Gripen é um ponto positivo, pois trata-se de um modelo que é considerado um dos mais avançados da América Latina e que já está em fase de montagem na fábrica da Embraer em São Paulo.
Os críticos do programa alertam para um futuro preocupante para o Gripen, especialmente diante das mudanças resultantes da Guerra da Ucrânia, que aceleraram a demanda por caças F-35 de quinta geração entre os países europeus.
Mesmo assim, há esperança: a Tailândia tornou-se o segundo cliente externo do novo Gripen, após o Brasil, o que representa um fôlego para a fabricante. A Embraer, por sua vez, vislumbra oportunidades promissoras com a aquisição da versão KC de reabastecimento aéreo do KC-390, já adquirida por países membros da Otan.
Além de Portugal, Hungria e República Tcheca, países como Coreia do Sul, Índia e Arábia Saudita também estão de olho no KC-390, o que poderia resultar em uma produção em escala ainda maior este modelo no Brasil.
Neste cenário, o Brasil, que inicialmente encomendou 28 Gripens, reduziu seu pedido para 19, mas 7 já estão operacionais. O país continua de olho nas oportunidades de venda para Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Chile, quebrando barreiras e estabelecendo parcerias internacionais, numa jogada que pode fortalecer sua posição no cenário militar global.