Banco do Brasil Revitaliza Estratégia: Cartão de Crédito em Foco para 2025
2024-11-15
Autor: Carolina
Em um cenário de recuperação, o Banco do Brasil (BBAS3) se prepara para um novo ciclo de crescimento em 2025, dando ênfase ao cartão de crédito, um segmento que apresentou baixo crescimento nos últimos dois anos. O banco, que se destacou com a maior expansão de carteira entre os grandes bancos de capital aberto, observa uma oportunidade significativa para avançar em ofertas que proporcionem maior margem de lucro, mesmo reconhecendo os riscos associados.
Recentemente, foi reportado que o volume da carteira de cartões de crédito do BB cresceu meros 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 54,806 bilhões. Esse crescimento é consideravelmente inferior ao aumento de 7,9% observado na carteira de pessoas físicas. A cautela do banco se justifica pelo aumento da inadimplência observado após a pandemia, especialmente entre os clientes adquiridos através de canais digitais, que não apresentavam um relacionamento prévio com a instituição.
O vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores, Geovanne Tobias, ressaltou que o crescimento em cartões de crédito se tornou uma prioridade: “Estamos conscientes de que precisamos acelerar o crescimento neste segmento. É fundamental para nossos resultados a partir de 2025”. Para isso, o BB planeja focar em clientes já existentes, que ainda não maximizaram suas potencialidades financeiras com o banco.
A ampliação da carteira de cartões é crucial para o Banco do Brasil, pois impacta diretamente duas fontes de receita: as margens com clientes e as tarifas associadas ao uso do cartão. Todo aumento no volume de transações eleva a arrecadação com anuidades e taxas de intercâmbio, aumentando a rentabilidade sem necessidade de um significativo investimento de capital.
A presidente do banco, Tarciana Medeiros, mencionou que essa estratégia também considera o impacto do recente fechamento de capital da Cielo, que visou fortalecer uma visão mais integrada do cartão dentro do portfólio de produtos do banco. “Estamos trabalhando para que o cartão não seja visto como um produto isolado, mas como parte de uma relação sustentável com nossos clientes”, declarou ela.
Além disso, o BB está realizando uma reavaliação de contratos com diversos parceiros, buscando otimizar a rentabilidade de seus produtos. Uma das mudanças significativas foi a finalização do contrato com a Ame, que, segundo Felipe Prince, vice de Controles Internos e Gestão de Riscos, não se mostrava tão proveitosa para o banco.
Diante do cenário de aumento de taxas de juros, a gestão da margem com clientes torna-se ainda mais essencial. O BB, assim como seus concorrentes, está em busca de maneiras de ampliar esses margens sem encarecer sobremaneira o crédito. Para o próximo ano, o banco espera um crescimento próximo a 10%, mantendo controle sobre a inadimplência em níveis estáveis.
Ao longo do terceiro trimestre, o banco reportou uma margem com clientes de R$ 20,8 bilhões, um leve aumento de cerca de 1% em um ano, apesar da concentração em linhas de crédito de menor risco. O crescimento da margem com o mercado foi ainda mais impressionante, superando 64,5% em um ano, com R$ 5,1 bilhões. No entanto, o banco enfrentou desafios com a marcação a mercado negativa de títulos, impactando suas contribuições trimestrais em função da volatilidade econômica da Argentina.
Com um plano sólido para o futuro, o Banco do Brasil está se posicionando para trazer inovações no setor de cartões de crédito, colocando-se à frente na competição com seus concorrentes e buscando melhores condições para seus clientes. Prepare-se para ver uma revolução nos serviços bancários em 2025!