Um recente estudo revelou que a sonolência excessiva durante o dia pode ser um sinal de alerta para problemas de saúde mais sérios, entre eles o risco aumentado de demência. Os pesquisadores analisaram 445 participantes com idade média de 76 anos, todos sem diagnóstico de demência. Os voluntários foram submetidos a questionários sobre seus hábitos de sono e relataram como sua fadiga diurna impactava suas atividades diárias.

Os resultados indicaram que aqueles que enfrentavam sonolência diurna acentuada e falta de entusiasmo nas atividades cotidianas apresentavam uma probabilidade maior de desenvolver a síndroma de risco cognitivo motor (MCR), uma condição que pode preceder a demência. Essa síndrome é caracterizada por dificuldades de memória e uma sensação persistente de cansaço, complicando a realização de tarefas simples e até mesmo a participação em atividades sociais.

A neurologista Verna Porter, do Providence Saint John’s Health Center, ressalta que o cansaço relacionado ao envelhecimento é natural, mas a sonolência excessiva que se apresentou no estudo difere do cansaço comum. Ela explica: "A fadiga que apresenta riscos pode ir muito além do simples desgaste. Indicadores como sonolência extrema durante o dia ou uma notável falta de motivação para tarefas diárias podem sugerir distúrbios do sono, como apneia ou insônia crônica, que têm implicações severas para a cognição no futuro."

Além disso, a pesquisa também aponta um dado alarmante: os problemas de sono não afetam apenas os idosos. Indivíduos mais jovens, especialmente aqueles na meia-idade, que sofrem de distúrbios do sono, estão em risco crescente de declínio cognitivo. Estudos indicam que a apneia do sono não diagnosticada pode prejudicar a saúde cognitiva, possivelmente contribuindo para questões neurodegenerativas que culminam em demência mais tarde na vida.

Por fim, os pesquisadores enfatizam a importância de se ter atenção à qualidade do sono, independentemente da idade. Melhorar a higiene do sono e, caso necessário, buscar tratamento para distúrbios do sono, pode não só melhorar a qualidade de vida como também atuar como uma medida preventiva para preservar a saúde cognitiva a longo prazo. Desperte para a saúde: você está dormindo o suficiente?