As previsões são alarmantes para 2025: carnes, café e açúcar podem aumentar ainda mais seus preços, pressionando a inflação de alimentos. Especialistas do setor agropecuário apontam para um cenário desafiador, onde os produtos da cesta básica devem apresentar valores mais altos, o que pode afetar diretamente o bolso do consumidor.

As commodities softs (cultivadas naturalmente), como o café e o açúcar, estão entre as principais preocupações dos analistas. Além das carnes, que já enfrentam uma alta prevista de pelo menos 16,6% para o produtor, essas commodities enfrentam limitações significativas na produção, o que pode resultar em um aumento ainda mais acentuado nos preços. A análise mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, nos últimos meses, os preços de alimentação e bebidas subiram consecutivamente, indicando uma tendência preocupante na inflação geral.

Por outro lado, os grãos, como a soja e o milho, devem apresentar um impacto neutro, sem a expectativa de altas expressivas nos preços, segundo os especialistas. No entanto, com uma inflação de alimentos projetada de 9,1% para o IPCA em 2024 e 6,2% para este ano, com viés de alta, a situação se torna um grande desafio para o governo.

Gabriela Faria, economista da Tendências Consultoria e especialista em agropecuária, também observa que, além das proteínas, o óleo de soja, leite, hortaliças, frutas e verduras merecem atenção especial em relação à pressão inflacionária. O impacto das variações climáticas pode ser determinante para esses produtos, que são essenciais na cesta básica dos brasileiros.

A colheita de hortifrutigranjeiros está sob vigilância, uma vez que a seca histórica do ano passado ainda pode trazer consequências para a produção. Cesar de Castro Alves, gerente da consultoria Agro do Itaú BBA, alerta para as chuvas nos próximos meses: "Qualquer variação ou perda nas lavouras pode instantaneamente refletir em maiores preços."

O aumento dos preços do café ainda não chegou ao consumidor final, e isso pode causar novos recordes históricos. Enquanto isso, os custos de trigo e arroz permanecem voláteis, fortemente influenciados pela cotação do dólar e pelas perspectivas de safra. José Carlos Hausknecht, da consultoria MB Agro, destaca a importância do câmbio: "Com o dólar acima de R$ 6, a inflação de alimentos poderá se agravar, gerando uma política monetária mais restritiva.

Em resumo, os consumidores devem se preparar, pois 2025 pode trazer não apenas impactos significativos nos preços de alimentos, mas também desafios econômicos, com alta da inflação afetando a capacidade de compra das famílias. Fique atento e informe-se para não ser pego de surpresa!