Nação

Alunos de influenciador em alerta: PF investiga ações fraudulentas

2024-10-01

Na última terça-feira (1°), uma operação da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal desencadeou uma série de mandados de busca e apreensão em várias cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Sorocaba, Arujá, Itu, Guarulhos, Barueri e Maceió. O alvo principal da operação IFraud foi o influenciador Mayke Garbo, conhecido por ensinar seus seguidores a realizar importações de eletrônicos sem a devida tributação.

Durante a operação, o auditor-fiscal Poli afirmou: "Vamos coletar a base de dados de todos os clientes desse influenciador para investigar quem foram os principais revendedores de celulares beneficiados pelas fraudes realizadas nos últimos anos". Segundo ele, muitos dos alunos de Garbo não têm consciência de que estão cometendo crimes ao seguirem suas orientações, alegando que o influenciador os induz a acreditar que suas práticas de importação são legais e seguras.

As consequências desta operação são significativas, com prejuízos estimados em R$ 50 milhões aos cofres públicos. A PF esclareceu que, por conta do período eleitoral, não foram cumpridos mandados de prisão, exceto em casos de flagrante.

Mayke Garbo, que possui mais de 627 mil seguidores no Instagram e 250 mil no YouTube, cultivou uma carreira nas redes sociais ao prometer estratégias de importação vantajosas, mas sem a devida formalização fiscal. Ele orientava seus seguidores a realizarem transações com sites 'parceiros' localizados no exterior, prometendo compras sem tributação.

No entanto, enquanto o influenciador exibia sua nova vida de luxo nas redes sociais, com carros e mansões, muitos de seus alunos enfrentavam problemas com a Receita Federal, que confiscou suas encomendas. Denúncias contra Garbo estão se acumulando nos portais de defesa do consumidor, o que evidencia a frustração dos consumidores desprevenidos.

Além de Garbo, a PF está investigando outros influenciadores envolvidos em práticas semelhantes. A Receita Federal afirmou que tem monitorado as atividades desses influenciadores e que as práticas que divulgam são ilegais, especialmente quando incentivam seus alunos a declarar valores falsos em importações.

Na operação, foram cumpridos oito mandados de busca, com um esforço que envolve 25 auditores da Receita e 35 policiais federais com o intuito de desmantelar essa rede de fraude, que também pode incluir lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Além disso, foi identificado que a empresa envolvida nas importações irregulares movimentou R$ 45 milhões em 2023 e adquiriu grandes quantias em criptomoedas.

A situação levanta questões importantes sobre a responsabilidade dos influenciadores em suas ações e os impactos que têm sobre seu público. À medida que as investigações prosseguem, fica claro que a educação fiscal e a conscientização sobre práticas de importação são essenciais para evitar que mais pessoas sejam enganadas.