Aliado de Trump é reeleito presidente da Câmara dos EUA em votação tumultuada e conflitos internos entre republicanos
2025-01-03
Autor: João
Na tarde desta sexta-feira (3), o deputado republicano Mike Johnson foi reeleito presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, contando com o apoio do ex-presidente Donald Trump. Apesar disso, a votação foi marcada por tensões e revelou um racha significativo dentro do Partido Republicano.
Para garantir a presidência da Câmara, é necessário obter a maioria absoluta dos votos dos parlamentares. No primeiro momento da votação, com quórum de 434 deputados, Johnson recebeu 216 votos, enquanto seu oponente democrata, Hakeem Jeffries, obteve 215. Três republicanos votaram em candidatos alternativos, resultando em um placar insuficiente para a vitória, já que eram necessários 218 votos.
O clima na Câmara ficou ainda mais tenso quando deputados democratas reagiram com risadas e espanto ao ver republicanos quebrando a unidade da bancada e optando por votar em candidatos aleatórios.
Diante do impasse, os republicanos se mobilizaram para tentar reverter o resultado da votação. Deputados da ala mais radical do partido se reuniram em uma sala fechada, tentando unificar a base. Durante essa reunião, dois dos três republicanos que inicialmente votaram contra Johnson mudaram de opinião, permitindo que ele alcançasse a marca necessária de votos.
Se a votação não tivesse sido concluída, o trabalho da Câmara poderia ser paralisado, impossibilitando inclusive a cerimônia de posse dos novos deputados, que estava prevista para essa mesma data.
É interessante notar que um cenário semelhante ocorreu em janeiro de 2023, quando o republicano Kevin McCarthy foi eleito presidente da Câmara após 15 rodadas de votação. Ele foi destituído em outubro do mesmo ano, sendo sucedido por Johnson, o que demonstra uma instabilidade recorrente na liderança republicana.
Hakeem Jeffries, o candidato democrata à presidência da Câmara, manifestou em uma rede social que o Partido Republicano parece estar atravessando uma "guerra civil", já na estreia de suas atividades do ano legislativo.
A agência Reuters informou que o resultado da votação pode sinalizar dificuldades futuras para a unidade do Partido Republicano durante a presidência de Trump, o que pode impactar a aprovação de legislações fundamentais na agenda do próximo governo dos Estados Unidos. O cenário atual levanta questões sobre a governabilidade e o futuro das relações políticas dentro do país, especialmente em tempos de polarização acentuada.