A Arm Holdings está prestes a cancelar a licença de propriedade intelectual da Qualcomm, o que pode trazer enormes consequências para a fabricante de chips para smartphones. Essa licença permite à Qualcomm utilizar o design e o conjunto de instruções da arquitetura Arm, essenciais para o desenvolvimento de seus processadores, incluindo o recém-lançado Snapdragon 8 Elite.

Uma reportagem da Bloomberg, divulgada na terça-feira (22), revelou que a Arm notifica a Qualcomm com um aviso prévio de 60 dias sobre a rescisão deste contrato. Se as duas empresas não llegarem a um acordo nesse prazo, a Qualcomm pode ser forçada a "parar de vender produtos" ou encarar "acusação de danos massivos". Essa mudança pode afetar diretamente os chipsets Snapdragon X Elite, Snapdragon X Plus e Snapdragon 8 Elite, que utilizam uma CPU Oryon baseada em design personalizado da Nuvia, uma startup adquirida pela Qualcomm em 2021 por impressionantes US$ 1,4 bilhões.

Esse desdobramento marca um ponto críticos em uma disputa legal que já dura dois anos entre as duas gigantes da tecnologia. A Arm, com sede na Inglaterra, processou a Qualcomm em 2022, alegando quebra de contrato e violação de marca, especialmente pela maneira como a Qualcomm lidou com a aquisição da Nuvia.

A principal alegação da Arm é que a Qualcomm não renegociou os termos do contrato após a compra da Nuvia, o que a Arm considera uma violação da licença existente. Por outro lado, a Qualcomm sustenta que seu acordo com a Arm abrange as atividades da Nuvia. A disputa legal se intensifica, já que a Arm exigiu que a Qualcomm destruísse os projetos da Nuvia criados antes da aquisição, pois alega que tais projetos não podem ser transferidos sem o seu consentimento.

Enquanto os analistas observam com atenção o desenrolar deste caso, muitos acreditam que a decisão da Arm pode ser uma estratégia para obter vantagem no próximo julgamento, agendado para 16 de dezembro. Um porta-voz da Qualcomm caracterizou o movimento da Arm como uma "tentativa de interromper o processo legal", reforçando que o pedido de rescisão é "completamente infundado".

Além disso, o futuro da Qualcomm se mostra incerto. Com a aquisição da Nuvia, a empresa começou a se concentrar mais em seus próprios projetos, tornando-se um cliente potencialmente menos lucrativo para a Arm. Contudo, as tecnologias de ambas as empresas permanecem interligadas, e a Qualcomm ainda está longe de se tornar independente da Arm.

Prepare-se para um grande desdobramento na batalha entre essas duas potências da tecnologia e fique atento para saber como isso pode impactar o mercado de smartphones!