Alerta sobre bolsonaristas nos EUA

Uma carta enviada recentemente a congressistas americanos por representantes brasileiros acendeu um sinal de alerta sobre a movimentação da extrema-direita brasileira nos Estados Unidos.

"Estamos escrevendo para informar sobre a programada visita de parlamentares bolsonaristas aos EUA, marcada para novembro deste ano," diz o documento que teve acesso exclusivo pela imprensa, assinado por figuras como a senadora Eliziane Gama e o deputado federal Henrique Vieira. Essa iniciativa visa destacar e alertar os políticos americanos sobre os perigos dessa visita.

Construindo alianças para a defesa da democracia

O Instituto Vladimir Herzog, que coordenou essa carta, já havia proporcionado uma aliança entre legisladores dos dois países focada na defesa da democracia e na troca de informações, especialmente após os ataques ao Capitólio em 2021.

Temores sobre a influência bolsonarista

O temor é que, com uma possível vitória de Donald Trump em eleições futuras, a influência dos bolsonaristas ganhe força. Entre os representantes que devem participar da viagem, estão mencionados parlamentares como Marcel Van Harten e Bia Kicis, que representam a base de apoio de Jair Bolsonaro.

Narrativas enganosas e deslegitimação das instituições

"O objetivo dessa visita é claro: lançar uma narrativa enganosa de que o Brasil enfrenta uma 'ditadura judicial', buscando validar a deslegitimação das instituições democráticas através das redes sociais," afirmam os signatários da carta.

De acordo com os deputados e senadores, figuras como Elon Musk já têm amplificado essa retórica, que visa minar a credibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente após os disturbios violentos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. "Nos últimos meses, temos presenciado o uso da desinformação como uma ferramenta para atacar o sistema eleitoral e o Judiciário brasileiros," completam, editando um panorama alarmante das comunicações e ações de líderes políticos.

Envolvimento de influenciadores internacionais

Além disso, eles mencionam como Musk, ao fechar o escritório do X (antigo Twitter) no Brasil, ignorou ordens judiciais que buscavam conter a disseminação de informações prejudiciais. Isso demonstra como influenciadores internacionais estão envoltos em um plano mais amplo para atacar as instituições brasileiras.

Justificativas de ações contra o Judiciário

A intenção desses bolsonaristas é também buscar apoio de aliados políticos nos EUA com a mesma ideologia, utilizando a narrativa de 'perseguição política' para justificar suas ações de ataque às instituições democráticas e ao Judiciário, em uma abordagem que muitos consideram uma desestabilização deliberada do Estado de Direito.

Tentativas de deslegitimação da democracia brasileira

Outra ação preocupante mencionada na carta é a tentativa de grupos republicanos americanos de solicitar a revogação de vistos de ministros do STF, retratando a Corte como um instrumento de repressão política. Esse cenário é acirrado pela proposta de lei chamada No Funding or Enforcement of Censorship Abroad Act, que visa cortar financiamentos a iniciativas contrapostas à desinformação e limitar a parceria entre agências brasileiras e americanas.

A carta afirma que esses esforços demonstram um plano coordenado para deslegitimar as instituições democráticas do Brasil e diminuir a colaboração internacional, crucial na luta contra a desinformação.

Atuação de extremistas em organismos internacionais

Os parlamentares brasileiros ainda acusam os extremistas de tentar utilizar organismos internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, para pressionar o Brasil no cenário global.

Continuação dos ataques às instituições democráticas

Apesar da reafirmação da normalidade democrática no Brasil, as instituições permanecem sob ataque constante. As ofensivas incluem campanhas de desinformação, discursos golpistas e tentativas deliberadas de desacreditar o Judiciário e as forças de segurança.

Uma ameaça significativa à estabilidade política

Esses grupos extremistas, embora não representem a maioria no legislativo, continuam a constituir uma ameaça significativa à estabilidade política e às instituições democráticas em um esforço para manter o clima de tensão permanente no ambiente político brasileiro.