IPVA, 238 protestos e uma dívida colossal: os novos donos da Portuguesa enfrentam desafios cruciais
2024-11-15
Autor: Pedro
A Portuguesa recebeu um ânimo renovado nesta quinta-feira, com a aprovação de sua transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A expectativa é alta: os novos proprietários prometeram investimentos significativos para reestruturar o clube e revitalizar o Estádio Canindé.
Porém, a caminhada não será fácil. A Portuguesa encerrava o último ano com uma dívida astronômica de R$ 578 milhões, e, mesmo com esforços, a estimativa atual é de que isso tenha diminuído para R$ 450 milhões. A grande preocupação é que uma parcela substancial dessa dívida envolve passivos antigos e já vencidos, o que torna a situação ainda mais delicada.
Análises detalhadas do balanço do clube, além de verificações em registros de dívidas ativas da União e do Estado de São Paulo, revelam números preocupantes. Na lista de dívida ativa da União e do FGTS, a Portuguesa aparece com um débito de R$ 130,681 milhões, composto por R$ 10,890 milhões a órgãos federais, R$ 46,4 milhões em tributos previdenciários, R$ 10,7 milhões em FGTS, R$ 286 mil em multas trabalhistas, e R$ 62,4 milhões em outros impostos federais.
Além disso, na lista de devedores do Estado de São Paulo, o clube enfrenta 71 cobranças que somam cerca de R$ 2,076 milhões. É importante notar que a Portuguesa também acumula oito débitos de IPVA, com um valor total de R$ 8.907,22, que, embora pequeno, ainda representa um compromisso a ser resolvido.
Outro grande desafio financeiro está relacionado ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto Sobre Serviços (ISS), que juntos chegam a quase R$ 55 milhões, segundo o balanço de 2023 do clube. Esta quantia é um incentivo a mais para que os novos investidores busquem soluções rápidas que estabilizem as finanças do clube.
Ainda mais alarmante é a situação dos 238 protestos ativos contra a Portuguesa em São Paulo, com dívidas que somam quase R$ 45 milhões. Muitos desses protestos se originaram por dívidas que foram quitadas, mas que não foram canceladas formalmente, exigindo uma taxa adicional para a regularização. O montante dos protestos varia, indo de R$ 100 até quase R$ 500 mil.
Com o início dessa nova era como SAF, a expectativa é que os novos donos da Portuguesa enfrentem esses desafios financeiros de maneira decisiva, apostando em uma gestão mais eficiente e na reestruturação do clube para que ele possa novamente brilhar nos gramados do futebol brasileiro.