Ciência

A Incrível Cruz de Einstein: Descoberta em um Carrossel Raro de Galáxias

2024-09-23

Cientistas do Laboratório Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, fizeram uma descoberta fascinante a impressionantes 7,6 a 12 bilhões de anos-luz da Terra: um aglomerado de sete galáxias perfeitamente alinhadas. Esta região abriga a maior "Cruz de Einstein" já registrada até hoje, que atua como uma lente gravitacional maciça. Os detalhes dessa descoberta foram divulgados em um artigo publicado recentemente na prestigiada revista científica The Astrophysical Journal.

Denominado de "Lentes Carrossel", este conglomerado de galáxias tem o potencial de desvendar segredos do universo primordial, que seriam de outra forma invisíveis para nós aqui na Terra. David Schlegel, coautor do estudo, comparou a raridade deste alinhamento casual de múltiplas galáxias a "achar uma agulha no palheiro". Neste caso, são oito agulhas dentro do palheiro!

A intrigante Lente Carrossel consiste em um aglomerado de galáxias em primeiro plano, que os astrônomos referem-se como "lente", e possui sete galáxias no fundo. Essas galáxias distantes provocam uma distorção significativa no espaço-tempo ao redor da lente devido às grandes distâncias cósmicas que as separam.

Identificamos as quatro galáxias mais brilhantes e massivas como La, Lb, Lc e Ld. As sete galáxias que se encontram atrás da lente gravitam em torno dela, a uma distância impressionante entre 7,6 e 12 bilhões de anos-luz, quase na borda do universo observável, com uma idade estimada de 13,8 bilhões de anos.

A formação é um exemplo de um alinhamento extraordinário de sete galáxias, organizadas em cinco agrupamentos que se alinham quase perfeitamente. Quando vistas através da lente, as imagens dessas galáxias de fundo criam padrões circulares concêntricos, semelhantes a um carrossel, como descreveu Xiaosheng Huang, outro coautor do estudo. Ele enfatizou que essa é uma descoberta sem precedentes na astronomia.

Particularmente notável é a Cruz de Einstein encontrada na galáxia número 4. Essa configuração multifacetada de imagens em torno do centro da lente é uma evidência da distribuição simétrica da massa da lente, que é majoritariamente composta de matéria escura, uma substância invisível que compõe uma grande parte do universo.

O conceito de lente gravitacional, introduzido por Albert Einstein em sua Teoria da Relatividade, explica como a presença de massa deforma o tecido do espaço-tempo, gerando gravidade. Quanto maior a massa do corpo celeste, maior sua influência gravitacional. Assim, os planetas afetam luas, as estrelas afetam planetas e os buracos negros dominam todos esses corpos.

Esse fenômeno não apenas explica as órbitas celestiais, mas também revela como a luz é influenciada pela curvatura do espaço-tempo. Isso significa que um aglomerado de galáxias pode atuar como uma lente, permitindo a visualização de objetos que, de outra forma, seriam invisíveis sem essa distorção da luz.

Na galáxia 4, essa distorção resulta em quatro visões do objeto, exibidas nas imagens analisadas através do supercomputador Perlmutter, no National Energy Research Scientific Computing Center (NERSC). A disposição simétrica das imagens, que se assemelha a uma cruz, foi a razão pela qual o fenômeno foi batizado de “Cruz de Einstein”.

Nathalie Palanque-Delabrouille, diretora do Laboratório Berkeley, comentou que esse alinhamento incomum fornecerá um banco de testes crucial para estudos cosmológicos. Assim, a Lente Carrossel poderá oferecer novas insights sobre energia escura e matéria escura, com impacto significativo para a comunidade científica e nossos entendimentos do universo.

Essa descoberta é um marco para a astronomia e promete lançar luz sobre mistérios cósmicos que ainda não conseguimos entender completamente. Não perca as próximas atualizações sobre as últimas descobertas do espaço, que podem mudar nossa visão do cosmos!