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Voepass Realiza Reestruturação Após Tragédia Aérea e Causa Polêmica com Demissões

2024-09-26

A Voepass, anteriormente conhecida como Passaredo Linhas Aéreas, tomou medidas drásticas após o trágico acidente aéreo que resultou na morte de 62 pessoas no voo 2283 em Vinhedo, São Paulo, em agosto deste ano. A companhia, com sede em Ribeirão Preto (SP), anunciou a demissão de seus diretores de manutenção, segurança operacional e operações, além de uma nova liderança na empresa.

Na noite desta quarta-feira (25), a Voepass confirmou que Josélio Luiz Felício Filho, um dos cofundadores e atual presidente desde 2004, assumirá a liderança executiva e a gestão direta das operações da empresa, em meio a um cenário de incerteza e apreensão. A movimentação ocorre em um momento em que a companhia está sob intensa fiscalização das autoridades, devido ao acidente que abalará a confiança dos passageiros e do mercado.

Eduardo Busch, até então CEO, agora será responsável pelo departamento de questões jurídicas. Essa mudança levanta questionamentos sobre a capacidade da empresa em retomar sua posição no mercado após um desastre tão desastroso.

Mudanças na Direção

Na nova configuração, Carlos Alberto Costa, que entrou na Voepass em junho de 2022, assume a diretoria de Manutenção, trazendo 35 anos de experiência na indústria aeronáutica e passagem por outras empresas do setor. O comandante Diego Hangai, com 13 anos de casa e mais de 18 anos de experiência em aviação, toma a frente da diretoria de Segurança Operacional, substituindo David Faria. Por fim, o comandante Raphael Limongi, com 15 anos de atuação, ocupará a diretoria de Operações no lugar de Marcel Moura.

Após o acidente, a Voepass suspendeu as operações em 13 destinos aéreos até 26 de outubro, resultante da redução de sua frota após o desastre. Entre os destinos suspensos estão locais populares na região Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, impactando fortemente os passageiros que dependem da companhia aérea.

Compensações para Passageiros

A empresa garantiu que os passageiros que já haviam adquirido passagens para os trechos suspensos serão compensados de acordo com a Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Isso inclui reembolso integral, remarcações sem custo ou reacomodações em voos de outras companhias.

Críticas e Desafios Futuros

O acidente e as subsequentes demissões geraram uma onda de críticas tanto na mídia quanto entre os passageiros. Especialistas em aviação destacam a importância de manter a confiança do cliente e questionam se as mudanças são suficientes para garantir a segurança e a eficiência operacional da Voepass.

A Voepass reconhece as importantes contribuições dos executivos demitidos, mas agora enfrenta o desafio de reconstruir sua imagem e recuperar a confiança do público em meio a um cenário tão devastador.

Esse caso levanta questões cruciais sobre a segurança na aviação e as responsabilidades das empresas em situações de crise. Acompanhe as atualizações nesta história em desenvolvimento.