Júpiter, o gigante gasoso do sistema solar, é um dos mistérios mais fascinantes da astronomia. O que surpreende é que este planeta não possui uma superfície sólida — nada comparável à grama ou ao solo que pisamos na Terra. Mas como isso é possível? O que mantém Júpiter unido, se nem mesmo podemos pousar uma nave espacial em sua "superfície"?

Fatos sobre Júpiter

Júpiter é o quinto planeta a partir do Sol e o maior do sistema solar. Ele é tão colossal que mais de 1.000 Terras caberiam dentro dele, com espaço para spare! Ao contrário dos planetas internos, como Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, que são rochosos, Júpiter é um gigante gasoso composto principalmente de hidrogênio e hélio, formando uma atmosfera caótica e turbulenta.

Imagina caminhar por um terreno onde ventos podem atingir impressionantes 640 km/h! Isso é mais de três vezes a velocidade de um furacão de categoria 5. É nesses campos de ventos violentos que encontramos um dos fenômenos mais incríveis do planeta.

Descendo pela atmosfera

Quando descemos pela atmosfera terrestre, a pressão do ar aumenta uniformemente até atingirmos a superfície. Porém, ao fazer isso em Júpiter, a pressão se torna imensa à medida que nos aprofundamos. Cada camada de gás empurra a próxima para baixo, e, ao atingir grandes profundidades, o ambiente assemelha-se a estar no fundo do oceano — só que ao invés de água, você está cercado por gás.

E na verdade, o que se forma em profundidades extremas é um "oceano" de hidrogênio líquido. Mas a aventura não para por aí! Mais de 32 km abaixo da atmosfera de Júpiter, o hidrogênio se transforma em uma substância metálica líquida, algo que só foi recriado em laboratório com grande dificuldade.

O núcleo misterioso

A parte mais intrigante de Júpiter é seu núcleo. Embora os cientistas ainda debatam sua composição, o consenso atual é que ele não é uma esfera sólida, mas uma mistura quente e densa de líquido e sólidos. A pressão neste núcleo é tão extrema que equivale à pressão de 100 milhões de atmosferas terrestres, e a temperatura? Uma insana marca de 20 mil graus Celsius — três vezes mais quente que a superfície do Sol!

Júpiter como guardião da Terra

Apesar de ser um mundo hostil, Júpiter desempenha um papel vital na proteção da Terra. Sua imensa gravidade atua como um escudo, desviando asteroides e cometas que poderiam colidir com nosso planeta. Sem sua influência, poderia haver uma probabilidade real de uma catástrofe de extinção em massa, algo semelhante ao que eliminou os dinossauros.

Mas nem tudo está perdido em nossa busca por vida extraterrestre. Europa, uma das 79 luas de Júpiter, é considerada uma das melhores candidatas para abrigar vida. Com um oceano subterrâneo vasto, a NASA planeja lançar a sonda robótica Europa Clipper em outubro de 2024, que vai realizar cerca de 50 sobrevoos para estudar esse mistério aquático.

Portanto, enquanto Júpiter permanece inóspito para nós, sua presença no nosso sistema solar é fundamental. Mas será que Europa, com seus oceanos ocultos, pode ser o lar de formas de vida? Essa questão permanece em aberto até 2030, quando a Europa Clipper finalmente chegará para desvendar os segredos dessa intrigante lua.