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Venda de veículos eletrificados em Caxias do Sul dispara: +70% em 2024!

2025-01-20

Autor: Carolina

As vendas de veículos eletrificados continuam a crescer de forma impressionante em Caxias do Sul. Em 2024, a cidade registrou a comercialização de 596 unidades entre carros elétricos e híbridos, representando um incrível aumento de 70% em comparação com as 349 unidades vendidas em 2023, conforme dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). No estado do Rio Grande do Sul, o número total de vendas saltou de 4,6 mil para 9,1 mil veículos eletrificados, segundo o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv-RS).

Embora esses números ainda sejam pequenos frente aos mais de 9,8 mil veículos novos à combustão vendidos em Caxias do Sul neste ano, a insatisfação não é uma palavra no vocabulário dos proprietários de elétricos. Para muitos, os veículos eletrificados se tornaram a escolha preferida.

Ricardo Rancan, de 44 anos, é um exemplo claro desse novo perfil de consumidor. Motorista de aplicativo e com experiência em transporte executivo, ele percebeu, entre 2021 e 2022, que o alto custo do combustível estava se tornando insustentável. Após um conselho de seu cunhado engenheiro elétrico, decidiu adquirir um carro elétrico E-JS1. Praticamente três anos após a compra, com um segundo veículo (um Dolphin) comprado para sua esposa, Eloísa, de 41 anos, ele afirma:

— Eu não me vejo mais fora do elétrico.

O principal benefício para Rancan é a economia de combustível. Antes da transição, ele gastava em média R$ 160 por dia; agora, sua despesa gira em torno de R$ 25 a R$ 30. Além das menores contas de energia, os veículos elétricos também costumam oferecer garantias extensivas, um atrativo importante para motoristas. No Rio Grande do Sul, há também a isenção do IPVA para veículos 100% elétricos.

— Eu já não pago IPVA e a manutenção é mínima. Antes, gastava entre R$ 4,8 mil e R$ 4,9 mil por mês com combustível. Hoje, o meu custo com os dois carros não passa de R$ 800 — calcula Rancan, que já rodou mais de 200 mil quilômetros em veículos elétricos.

Outro aspecto que tem evoluído é a infraestrutura de carregamento, que se expande pelas cidades e estradas. Rancan, no entanto, aponta a disponibilidade limitada de peças de reposição como uma área que ainda precisa de melhorias. Em certo momento, ele teve que esperar 26 dias para um conserto que envolvia um simples parafuso, que só estava disponível em São Paulo.

Crescimento na adesão de energia solar

Dos 596 veículos eletrificados comercializados em 2024, 250 são totalmente elétricos, refletindo um crescimento significativo em relação aos 90 vendidos em 2023. Marcos Aurélio da Cruz, 40 anos, e Taciane Bisol, 44 anos, são um casal que se aventurou neste novo mercado. Eles compraram seus primeiros veículos elétricos no ano passado, motivados pelos altos custos de combustível e pela isenção do IPVA.

Anteriormente, o casal fazia viagens frequentes entre Caxias e o Litoral Norte para seus negócios. Com a adesão dos carros elétricos e o uso de energia solar em casa, conseguiram economizar ainda mais. Atualmente, eles atuam como motoristas de aplicativo, o que amplia ainda mais seus ganhos.

— Agora, quase não contabilizo gastos com abastecimento, já que tenho energia solar. Instalei os painéis há três anos, e eles já se pagaram — explica Cruz.

Enquanto seu veículo anterior, um Ônix, consumia cerca de R$ 800 por semana em combustível, hoje o único custo que enfrentam é o financiamento da energia solar, de R$ 700 por mês.

A experiência de dirigir um elétrico

Atuando no dia a dia em Caxias do Sul, o casal frequentemente é questionado sobre a mecânica, recargas e a durabilidade das baterias dos veículos elétricos. Eles notaram que, ao dirigir o Dolphin, o torque instantâneo faz diferença, especialmente na aceleração. A rapidez e a potência do veículo exigiram que o casal trocasse os pneus mais rapidamente do que o esperado, mas após se habituarem, isso não se tornou um problema.

— O torque dele é instantâneo. Às vezes, ao sair na sinaleira, pisamos mais forte e o carro traciona rápido. Acredito que isso foi o motivo do desgaste rápido dos pneus — relata Cruz.

Por outro lado, ele também notou que a vida útil das pastilhas de freio é maior, já que a frenagem é utilizada de maneira mais eficiente. O carro regenera a bateria ao desacelerar, o que alivia o uso do freio.

— Quando você tira o pé do acelerador, o veículo diminui a velocidade natural do carro. Para parar, só é necessário usar o freio quando está muito próximo do destino — explica Rancan.

A autonomia é um fator que também chama a atenção: eles relatam que conseguem alcançar cerca de 400 quilômetros na cidade com uma carga completa, e, em geral, a recarga total pode ser feita em até oito horas.