Marcos Mion alerta: ‘Colocar autista para ter crises em set de filme seria uma crueldade’
2025-01-15
Autor: Maria
Sao Paulo
Em um dos projetos mais significativos da sua carreira, o ator e apresentador Marcos Mion, de 45 anos, é o idealizador do filme "MMA - Meu Melhor Amigo", que aborda com sensibilidade a temática do autismo. O longa-metragem, que estreia nesta quinta-feira (16), representa não apenas um marco artístico, mas também um ato de ativismo social, uma vez que Mion é pai de Romeu, seu filho de 19 anos, que está dentro do espectro autista desde os dois anos de idade.
Com mais de 22 milhões de seguidores nas redes sociais, Mion utiliza sua influência para promover a conscientização sobre o autismo, e espera que seu filme atinja um público ainda maior, trazendo visibilidade para essa importante causa. "A ideia nasceu do desejo de criar algo duradouro, que gerasse reflexão e empatia. Como pais atípicos, temos a missão de compartilhar nossas experiências e representar as vozes de milhões de autistas no Brasil", compartilhou.
Na história, sob a direção de José Alvarenga Jr., Mion interpreta Max Machadada, um lutador que precisa equilibrar sua vida atlética e a paternidade de um filho autista, representado pelo jovem Guilherme Tavares, de 11 anos. Embora o ator mirim não esteja dentro do espectro autista, Mion explicou que foram realizados vários testes com diferentes atores, incluindo artistas autistas para o papel. No entanto, a escolha de um ator não autista se deu por questões de segurança, pois "havia cenas que poderiam induzir a crises e seria uma crueldade expor um autista a essa situação no set. O Gui já chegou preparado para o papel", diz Mion.
Guilherme compartilha que ele e sua mãe se dedicaram intensamente à preparação para interpretar o personagem Bruno, buscando representar de maneira realista e empática. "Assistimos a diversas séries, filmes e até analisamos crises reais através de vídeos online para entendermos como seria", comentaram.
Vale destacar que o filme não é uma autobiografia de Romeu, embora tenha sido inspirado nas experiências familiares de Mion. O apresentador revelou que seu filho ainda não tinha visto o filme antes de seu lançamento, e uma sessão especial foi preparada para ele e os amigos.
Ao longo da história, a relação entre Max e Bruno se fortalece, retratando o aprendizado de Max sobre o autismo e os erros que ele comete ao longo do caminho, similar ao que Mion vivenciou na vida real. "A beleza do processo é que, mesmo errando, você está sempre buscando acertar, movido pelo amor", reflete.
Com cenas de luta que lembram a saga de Rocky Balboa, Mion revela que a sua missão vai além do entretenimento: "Quero que este filme não só emocione, mas também eduque e quebre preconceitos sobre o autismo. Este projeto é um passo importante, mas o trabalho deve continuar, sempre em busca de mais inclusão e representatividade na indústria do cinema".
Para a cena final, que representa o maior desafio da carreira de Max, Mion contou com a supervisão do renomado Will Leong, conhecido por seu trabalho na franquia "Matrix", garantindo que as sequências de luta fossem executadas de forma impactante e segura. "Criar este filme ao lado dos meus pilares é surreal. Quero viver intensamente esse momento, mas sempre estou de olho no próximo passo", finaliza Mion.