'Vampira' de 400 anos: cientistas reconstroem o rosto de mulher enterrada com cadeado e foice na Polônia; veja as imagens e saiba mais sobre o passado desse mistério
2024-11-14
Autor: Fernanda
Um grupo de cientistas reconstruiu o rosto de uma mulher que viveu há aproximadamente 400 anos, conhecida como Zosia, após a descoberta de sua ossada no norte da Polônia em 2022. Para recriar sua imagem, os pesquisadores utilizaram tecnologia de impressão 3D, argila de modelagem e dados genéticos.
O mais intrigante é que Zosia foi enterrada com um cadeado no pé e uma foice de ferro ao redor do pescoço. Esses artefatos eram empregados em sepultamentos na região, onde a crença de que alguns indivíduos poderiam ser "vampiros" levava a medidas extremas para tentar garantir que não voltassem dos mortos.
Pesquisadores do Instituto Nicolaus Copernicus explicam que, no passado, objetos como cadeados e foices eram considerados possuidores de propriedades mágicas, destinados a proteger a comunidade de possíveis riscos sobrenaturais. O medo de que Zosia pudesse retornar à vida estava atrelado a problemas de saúde que ela enfrentava, incluindo desmaios e intensas dores de cabeça, que poderiam ter sido interpretados como sinais de possessão ou força sobrenatural.
A reconstrução do seu rosto, realizada pelo arqueólogo sueco Oscar Nilsson e sua equipe, começou com uma impressão 3D do crânio. A partir dessa base, camadas de argila foram acrescentadas para modelar características faciais que se aproximassem da realidade. Nilsson estima que Zosia tinha entre 18 e 20 anos ao falecer e afirma que ela provavelmente pertencia a uma família rica ou nobre.
O contexto europeu do século XVII, repleto de guerras e incertezas, contribuiu para o surgimento de mitos relacionados a seres sobrenaturais, como os vampiros. O arqueólogo menciona que essa era uma época em que a vulnerabilidade da vida humana e a necessidade de criar explicações para o inexplicável fomentavam o medo coletivo.
"É emocionante trazer Zosia de volta como humana, não como o monstro do qual ela foi enterrada. [Essa reconstrução] é irônica, pois os que a enterraram fizeram tudo o que podiam para evitar que ela voltasse, enquanto nós fazemos o oposto", reflete Nilsson.
A história de Zosia, marcada por medos e superstições de um tempo muito diferente, nos lembra dos desafios enfrentados por aqueles que viveram sob a sombra da ignorância e do desconhecido. A reconstrução de seu rosto não é apenas uma volta à vida, mas também uma oportunidade de resgatar a humanidade daquela que, por séculos, foi vista como uma vampira.