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Ucrânia Fecha Torneira de Gás Russo para a União Europeia: O Que Isso Significa?

2024-12-31

Autor: João

Na segunda-feira (30 de dezembro de 2024), a Ucrânia decidiu encerrar o fornecimento de gás russo que abastece a União Europeia, em um movimento impactante em resposta à prolongada guerra com a Rússia. O governo ucraniano optou por não renovar o acordo que permitia a passagem do gás russo para os países europeus através de uma taxa de pedágio.

O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou o fim do tratado, expressando otimismo sobre a futura estabilidade da Gazprom, a gigante estatal de gás da Rússia. “Vamos sobreviver, a Gazprom vai sobreviver”, afirmou Putin, demonstrando confiança no sistema.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já havia sinalizado antecipadamente que seu país não iria renovar o contrato, defendendo que a Ucrânia não deveria permitir que a Rússia "lucre bilhões extras enquanto continua sua guerra agressiva". O anúncio de Zelensky é um reflexo da determinação da Ucrânia em não facilitar os interesses russos durante o conflito.

No entanto, o impacto sobre o abastecimento dos países da União Europeia ainda é incerto. Nações como Áustria, Hungria e Eslováquia continuavam a ser abastecidas pelo gás russo que transitava pela Ucrânia, e esses países expressaram o desejo de manter suas importações. Essa situação levanta preocupações sobre como a Europa lidará com a interrupção do fluxo de gás, especialmente com o inverno rigoroso que se aproxima.

Em um precedente de 2023, a União Europeia importou cerca de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 6,19 bilhões) por mês em combustíveis fósseis russos, conforme apontado pelo think tank belga Bruegel. Enquanto a Rússia representava 15% do total de gás importado pela UE, a Noruega, os Estados Unidos e países africanos dominaram o mercado com 30%, 19% e 14%, respectivamente. A maioria do gás russo transitava por gasodutos que passavam pela Ucrânia e Turquia, fatores que agora estão sob reavaliação.

Dentre os maiores consumidores de gás russo na União Europeia estão Áustria, Eslováquia e Hungria. Países como Espanha, França, Bélgica e Holanda, que também dependem do gás russo, utilizam o transporte marítimo para suas importações.

Com a situação em constante evolução, especialistas alertam que a Europa deve acelerar seus esforços para diversificar suas fontes de energia e depender menos do gás russo, uma estratégia que poderá levar tempo, mas é essencial para garantir a segurança energética no longo prazo.