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Trump Promete Desregulamentação Ambiental e Brasil Tem Receios sobre COP30

2024-11-11

Autor: Carolina

Na última segunda-feira, Donald Trump anunciou a nomeação do deputado republicano Lee Zeldin como novo administrador da Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Seu objetivo será desmantelar uma série de leis e regulamentações estabelecidas por Joe Biden, visando dar mais liberdade ao setor privado.

Em comunicado, assessores do presidente eleito destacaram que Zeldin se compromete a realizar a "desregulamentação" necessária para retomar o crescimento econômico americano. Zeldin utilizou suas redes sociais para confirmar a nomeação, enfatizando que uma de suas prioridades será revitalizar o setor automotivo americano, que enfrentou grandes desafios nos últimos anos.

"Restauraremos a soberania energética dos EUA, impulsionaremos o setor automotivo para trazer de volta empregos e faremos dos EUA um líder global em Inteligência Artificial. Faremos tudo isso preservando o acesso a ar e água limpos", afirmou Zeldin em um post.

Entretanto, a nomeação também levantou preocupações. Zeldin é conhecido por sua postura negativa em relação às iniciativas ambientais, recebendo a pior avaliação de organizações não governamentais sobre atuação em questões climáticas. Em 2022, o deputado votou contra a legislação climática de Biden e se opôs ao financiamento para projetos de ônibus escolares ecológicos e a substituição de canos de chumbo em infraestruturas antigas.

O Brasil, que será sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em 2025, a COP30, vê a eleição de Trump com apreensão. No Palácio do Planalto, a expectativa é que sua possível desregulamentação ambiental possa esvaziar o evento, dado que, em seu governo anterior, Trump tinha retirado os EUA do Acordo de Paris, destacando a energia fóssil como prioridade.

Recentemente, jornais como o New York Times publicaram que uma nova retirada dos EUA do Acordo de Paris pode ser uma das primeiras medidas de Trump ao assumir o cargo em 20 de janeiro de 2025.

O governo brasileiro está ciente de que essa postura pode criar desafios significativos a nível global, já que os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa. Isso significa que não é viável permanecer inativo diante do negacionismo climático.

Internamente, o Brasil espera que a administração de Trump enfrente uma resistência por parte de governos estaduais e municipais que já se comprometeram a manter as metas do Acordo de Paris, independentemente das políticas do governo federal. Além disso, há esperança de continuidade dos investimentos iniciados durante a presidência de Biden, gerando oportunidades para iniciativas mais sustentáveis e protegendo a agenda climática em nível local.

Em um momento em que os desafios climáticos são cada vez mais urgentes, a expectativa em torno da COP30 é de que o Brasil, juntamente com outras nações comprometidas, trabalhe para mobilizar ações eficazes para enfrentar essa crise, mesmo diante de desavenças políticas em nível internacional.