Trump Lota Madison Square Garden e Eleitores Apostam em Sua Vitória Imbatível
2024-10-27
Autor: Maria
"Não, não é 'se Donald Trump vencer'. Ele vai vencer. Deixa eu ver você escrever isso", disparou Janette, 62 anos, que preferiu não revelar o sobrenome.
Irritada, Janette não quis comentar sobre o que poderia ser diferente em um eventual segundo mandato do republicano em comparação ao seu primeiro, pois para ela, a derrota é uma possibilidade completamente fora de questão.
Ela é uma das milhares de apoiadores que se reuniram neste domingo (27) no icônico Madison Square Garden, em Nova York, para um dos últimos comícios de Trump antes das eleições de 5 de novembro. O evento, que atraiu uma multidão animada, foi um sonho realizado para o ex-presidente, com milhares de pessoas fazendo fila desde as primeiras horas do dia. O local, com capacidade para quase 20 mil espectadores, estava praticamente lotado.
Embora as pesquisas recentes indiquem um empate entre Trump e Kamala Harris, os apoiadores do ex-presidente estão confiantes em sua vitória. Muitos deles, seguindo o exemplo do próprio Trump, afirmam que a única maneira de ele perder seria através de trapaças por parte da oposição.
O entusiasmo entre os apoiadores é palpável. "Acho que ele vai ser mais agressivo. Ele sabe o que esperar agora e tem uma ideia melhor do que fazer. E não teremos a crise da Covid para atrapalhar", disse Michael DePasquale, 40 anos, de Long Island.
Christian Vargas, 23 anos, menciona que o Congresso será mais favorável a Trump desta vez, o que pode facilitar a implementação de sua agenda. Com as eleições se aproximando, as pesquisas sugerem que os republicanos têm boas chances de dominar a composição da Câmara e do Senado, com mais aliados de Trump conquistando poder dentro do partido.
Stacey, 23 anos, estava lá com sua mãe. A jovem engenheira acredita que Trump fará escolhas melhores para seu gabinete dessa vez, afirmando: "Vai ser uma representação melhor do nosso movimento".
É importante destacar que muitos membros do primeiro governo de Trump se distanciaram do ex-presidente nos últimos anos. O núcleo atual ao seu redor é visto como mais restrito, ideológico e leal, com uma triagem rigorosa de potenciais funcionários sendo feita pela influente fundação conservadora Heritage.
Dessa forma, muitos acreditam que Trump poderá formar um governo mais alinhado com seus valores, diferente do primeiro mandato, quando ainda estava aprendendo sobre o cargo. Seu ex-chefe de gabinete, John Kelly, relatou recentemente a necessidade de explicar conceitos básicos da Constituição ao então presidente, enquanto outros ex-integrantes do governo mencionaram as táticas que criavam para contornar as ordens mais absurdas do empresário.
Michael DeCurtis, 38 anos, defende Trump com veemência, argumentando que o ex-presidente representa uma melhor economia e a promessa de acabar com os conflitos no Oriente Médio. No entanto, ele também expressa frustração com os democratas, citando sua própria perda de emprego nos últimos quatro anos.
Dentre o público, destaque para duas brasileiras, Magna Trovato, 53 anos, e Alessandra, 62 anos, que se conheceram na fila do comício e compartilharam uma visão otimista sobre como a economia poderia prosperar caso Trump retorne à presidência. "Quando ele era presidente, não havia guerras, a inflação estava baixa e o combustível era barato. Nunca consegui juntar tanto dinheiro quanto durante os anos Trump", relata Alessandra, que trabalha como operadora de turismo na Filadélfia e acredita que o sucesso financeiro pessoal está diretamente ligado ao governo de Trump.
Surpreendentemente, mesmo sendo imigrantes, ambas expressaram apoio a medidas de deportação para aqueles que entraram nos Estados Unidos ilegalmente, alegando que sempre cumpriram as normas legais e consideram injusto que pessoas que não seguiram o mesmo caminho tenham acesso a benefícios. "É injusto quando americanos estão pagando e pessoas estão cortando a fila", disse Stacey, ecoando o sentimento de indignação.
Durante o comício, discursos de convidados atacaram abertamente a imigração, com piadas sobre estereótipos envolvendo latinos. Trump deve discursar cerca das 18h (horário de Brasília), e a presença de Elon Musk no evento gera ainda mais expectativa entre os apoiadores.