Mundo

Trump e os Limites da Democracia: Uma Profecia Que Se Cumpre?

2024-11-07

Autor: Matheus

Em uma afirmação polêmica, Trump declarou que, se necessário, se tornaria um "ditador por um dia", sinalizando uma disposição alarmante de ultrapassar os limites da democracia americana. Desde a sua eleição em 2016, muitos analistas políticos indicam que sua ascensão não é uma anomalia, mas sim um reflexo das fraturas presentes na sociedade americana.

Utilizando-se da desinformação, Trump mobilizou um movimento de massa baseado em promessas de melhoria econômica para milhões de americanos, especialmente aqueles que se sentiram abandonados pelo sistema. Surpreendentemente, ele conseguiu atrair parte do eleitorado latino e afro-americano, grupos tradicionalmente ligados ao Partido Democrata.

O senador Bernie Sanders criticou a incapacidade do Partido Democrata em manter o apoio da classe trabalhadora, argumentando que foram os próprios líderes partidários que se distanciaram das necessidades dessa base. Essa desconexão, segundo ele, teve como consequência a perda de votos nas urnas, um fenômeno que não é novo e já foi identificado no passado.

A discussão atual em torno do impacto dos movimentos políticos na classe trabalhadora é mais relevante do que nunca, conforme líderes de movimentos sociais trocam acusações e analisam a recente derrota. Richard Rorty, um estonteante pensador do final dos anos 90, previu que a alienação entre os trabalhadores levaria à busca por um "homem forte" que pudesse reparar o que muitos viam como um fracasso do sistema.

Esse cenário, conforme Rorty alerta, poderia levar os EUA a uma fase de instabilidade política semelhante à República de Weimar, onde movimentos populistas poderiam ameaçar as bases da democracia constitucional. O fascismo, assim, não é apenas uma lembrança distante, mas um potencial futuro ao qual devemos prestar atenção.

As advertências de Rorty se estendem às questões sociais, sugerindo que os avanços conquistados nas últimas décadas, tanto por negros quanto pela comunidade LGBTQIA+, estariam em risco. Ele menciona que a misoginia e o racismo poderiam voltar a ser amplamente aceitáveis, criando um ambiente do qual as vozes progressistas seriam silenciadas novamente.

Diante desse panorama, a pergunta que paira no ar é: até onde a democracia americana cederá a essa pressão? Poderá a sociedade restaurar suas instituições ou o descontentamento popular abrirá portas a um autoritarismo camuflado de populismo? O futuro está em jogo, e todos os olhos permanecem voltados para o desenrolar dessa trama política.