Um incidente lamentável ocorreu no Hospital Municipal de Morrinhos, no sul de Goiás, no último sábado (18), que chocou a comunidade local. Luiz Claudio Dias, um paciente de 59 anos, internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi fatalmente baleado por um policial militar após ter feito uma enfermeira refém utilizando um pedaço de vidro e a ameaçar durante um aparente surto psicótico.

Segundo informações da Polícia Militar, um vídeo de 15 segundos capturou o momento em que Luiz Claudio tentava segurar a enfermeira. A profissional conseguiu se desvincular, mas, em resposta à situação de perigo, a equipe policial efetuou o disparo que acertou o abdômen do paciente.

Apesar de receber atendimento médico imediato, Luiz não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. O funeral ocorreu na manhã deste domingo (19) e o sepultamento está programado para às 19h de hoje.

A Polícia Militar esclareceu em nota que protocolos de gerenciamento de crises foram seguidos na tentativa de salvar a enfermeira. Segundo eles, a decisão de atirar foi uma última medida, tomada devido ao comportamento agressivo e à recusa de Luiz em liberar a profissional.

O caso gerou grande revolta entre os familiares de Luiz. O filho do paciente, Luiz Henrique Dias, um dentista, expressou sua indignação nas redes sociais. Ele relatou que ficou sabendo da morte do pai através de vídeos que circularam na cidade e criticou a ação da polícia em uma UTI, onde as pessoas estão num estado de vulnerabilidade extrema.

Além disso, a família exige uma investigação apurada sobre a ação da polícia, especialmente considerando que a UTI é um ambiente onde a fragilidade dos pacientes deve ser respeitada. A Polícia Civil está conduzindo uma investigação para apurar todas as responsabilidades e esclarecer os fatos que levaram a essa tragédia.

Este caso levanta questões importantes sobre o manejo de crises em ambientes hospitalares e a necessidade de treinamento adequado para as forças de segurança em situações envolvendo pacientes com distúrbios psicológicos. A comunidade de Morrinhos está em luto e a chamada por justiça ressoa com força entre os moradores.