Um acidente trágico nas montanhas do Rio de Janeiro chocou a todos. José de Alencar Lima Junior, um instrutor de paraquedismo experiente, perdeu a vida ao saltar da icônica Pedra Bonita no último domingo (3). Parentes do instrutor estiveram no Instituto Médico-Legal (IML) na manhã desta segunda-feira (4) para liberar o corpo, e uma cunhada comentou que José dividia seu tempo entre o Brasil e a Alemanha, onde morava temporariamente.

Ele estava realizando um salto utilizando uma técnica conhecida como speed-fly, que combina características do paraquedismo com a decolagem de um parapente. Apesar de sua vasta experiência, having quase 20 anos de saltos, a tragédia aconteceu em um momento que muitos consideram inesperado.

Segundo informações de amigos, José havia planejado uma viagem para Dubai nos próximos dias e estava se preparando para saltos mais ousados. Ele era conhecido por sua habilidade em guiar iniciantes durante os saltos, transmitindo segurança e conhecimento aos seus alunos.

"Ninguém consegue acreditar no que aconteceu. Ele era muito experiente e estava sempre bem preparado para qualquer situação", disse um amigo próximo da família que acompanhou as investigações no IML. A esposa e a mãe de José também estavam presentes, mas optaram por permanecer em silêncio diante da tragédia.

Antes do salto fatídico, vídeos mostram José fazendo os últimos ajustes em seu equipamento. Imagens gravadas por visitantes do local mostram o momento de seu último salto: José corre, parece se desequilibrar, e a câmara não registra a abertura do paraquedas. Ele caiu de uma altura de aproximadamente 250 metros e desapareceu na mata abaixo.

Equipes de resgate demoraram quatro horas para localizar e retirar o corpo, utilizando um helicóptero do Corpo de Bombeiros. De acordo com a Polícia Militar, a ocorrência foi registrada pelo 23º BPM (Leblon), que recebeu ligações de testemunhas relatando a queda.

As circunstâncias do acidente estão sendo investigadas pela 15ª DP (Gávea), e um dos oficiais afirmou que há dúvidas sobre a adequação do equipamento que José usava, e se seu salto estava de acordo com as normas de voo livre da região. De acordo com especialistas, saltos com speed-fly não são permitidos em áreas destinadas ao voo livre, e isso levantou discussões sobre a segurança no esporte.

Bruno Menescal, vice-presidente do Clube São Conrado de Voo Livre, expressou sua preocupação: "Foi uma tentativa frustrada de decolagem. É crucial que todos os praticantes sigam as regras e considerem a segurança primeiro. Infelizmente, essa tragédia mostra o quão rápido tudo pode mudar nas alturas."

A perda de José deixa um legado significativo no mundo do paraquedismo e um vazio na vida daqueles que o conheceram. Sua experiência e paixão pelo esporte sempre serão lembradas.