Após sete dias de intensas buscas, o corpo da estudante de biologia da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Camila de Almeida Neves, de 24 anos, foi localizado nesta quarta-feira (8) na região da Cachoeira do Santana, localizada na zona rural de São Carlos, a aproximadamente 232 km de São Paulo.

Camila estava desaparecida desde o dia 2 de outubro, quando desapareceu enquanto tomava banho em uma cachoeira, acompanhada de seu namorado, de 31 anos. Os dois haviam ido ao local para desfrutar de um dia de lazer, mas a situação se transformou em tragédia. Segundo o boletim de ocorrência, Camila entrou na água para se banhar, enquanto o namorado a filmava da margem do rio. Em um momento inesperado, ela desapareceu subitamente, dando início a um desespero que paralisou amigos e familiares.

As buscas foram iniciadas imediatamente no mesmo dia do desaparecimento. Uma imensa força-tarefa foi mobilizada, envolvendo mergulhadores, cães farejadores, policiais militares, guardas-civis e até mesmo voluntários que utilizaram drones. O esforço coletivo refletiu a preocupação e o apoio da comunidade em busca de respostas a esse trágico episódio.

O corpo de Camila foi encontrado enroscado em um tronco de árvore situado sob uma queda d'água, a cerca de dez metros do local onde ela havia desaparecido. O Corpo de Bombeiros esclareceu que a localização só foi possível devido à diminuição do nível do rio Jacaré-Guaçu, que ficou mais baixo na tarde de quarta-feira, após a usina local ter fechado as comportas que desaguam na região. Essa informação traz à tona a importância das condições climáticas e do nível da água em situações semelhantes, que podem influenciar decididamente no desfecho de buscas aquáticas.

Inicialmente, a área já havia sido inspecionada logo após o desaparecimento da garota, mas o elevado nível das águas dificultou a visualização do corpo de Camila. A principal hipótese levantada pelos Bombeiros é que a jovem pode ter escorregado na pedra e, sendo arrastada pela correnteza, acabou se prendendo ao tronco da árvore, resultando em seu afogamento.

Os familiares e amigos de Camila ficaram devastados com a notícia. O corpo dela será cremado em Piracicaba, a cerca de 160 km de São Paulo, e não haverá velório, atendendo à vontade da família neste momento de dor intensa.

Em um comunicado, o Centro Acadêmico de Biologia da UFSCar expressou seu profundo pesar pela perda da estudante, que era carinhosamente chamada de Cien. “Cien era uma alma delicada, dona de uma gentileza única com todos ao seu redor. Era muito talentosa, expressando a beleza e singularidade que enxergava no mundo através da arte e atitudes. Neste momento de profunda dor, nos solidarizamos com seus familiares, amigos e colegas. Que sua memória e sua doçura permaneçam vivas em nossos corações. Sua contribuição para o Centro Acadêmico e para a vida de todos nós será eternamente lembrada. Descanse em paz”, dizia a nota.

A tragédia envolvendo a jovem estudante se torna um lembrete doloroso sobre os perigos que podem estar presentes em momentos de lazer, levando à reflexão sobre a segurança em atividades aquáticas. Essa história comoveu a comunidade acadêmica e levanta questões sobre como prevenir tais incidentes no futuro.