Após a recente eleição que consagrou Donald Trump como presidente dos EUA, os mercados financeiros foram tomados por um otimismo inédito, levando as ações da Tesla, os preços do Bitcoin e o dólar a alcançarem recordes impressionantes. Esse fenômeno, conhecido como “Trump trade”, é resultado do apetite dos investidores por ativos que tendem a se valorizar sob o governo republicano.

As ações da Tesla (BDR: TSLA34) não só reagiram positivamente à eleição de Trump, mas também vivenciaram uma escalada notável, com um aumento superior a 8% nas últimas sessões. Desde que a vitória foi anunciada, os papéis da montadora dispararam quase 28%, alcançando um valor de mercado histórico, ultrapassando pela primeira vez em dois anos a marca de US$ 1 trilhão. A relação próxima de Elon Musk com Trump é apontada como um dos fatores que impulsionam essa valorização.

No mercado de câmbio, o dólar ganhou força, especialmente em comparação ao euro, que caiu para seu nível mais baixo em seis meses. Os investidores estão apreensivos com a possibilidade de tarifas que possam prejudicar a economia da zona do euro, enquanto o índice do dólar mostrou uma leve elevação, refletindo a expectativa de que o governo Trump promova uma política mais favorável aos negócios.

O Bitcoin (BTC) também, por sua vez, está em alta, superando pela primeira vez a marca dos US$ 82.000. Esse crescimento é alimentado pelo respaldo de Trump em relação aos ativos digitais, e pela previsão de um Congresso que favorece a regulamentação do setor cripto. Durante sua campanha, Trump prometeu impulsionar os EUA como um polo para a indústria de criptomoedas, o que aumentou o entusiasmo entre os investidores que apostam em um futuro promissor para os ativos digitais.

Enquanto os principais índices de Wall Street, como o Dow Jones, registram altas históricas, ultrapassando a marca de 44 mil pontos pela primeira vez, analistas levantam questões sobre os efeitos de uma política protecionista que pode ser adotada pelo novo presidente.

“O clima nos mercados é de euforia, mas devemos considerar também as consequências de uma política comercial mais restritiva,” afirmou Drew Pettit, diretor de estratégia de ações nos EUA no Citi.

A combinação do otimismo em relação aos estímulos fiscais prometidos por Trump e a expectativa de um ambiente regulatório mais simpático ao setor financeiro está moldando um cenário favorável, mas os investidores devem se manter atentos às mudanças que o novo governo pode trazer para a economia global.