Terapeuta Holístico de Capão da Canoa Condenado por Tráfico de Drogas e Exercício Ilegal da Medicina
2024-11-13
Autor: Gabriel
Um terapeuta holístico de Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul, foi condenado por tráfico de drogas e por atuar ilegalmente como médico e farmacêutico. O homem recebeu uma pena de cinco anos e seis meses de prisão, com cumprimento inicial no regime semiaberto, mas pode recorrer da decisão em liberdade.
De acordo com informações do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a denúncia foi feita pelo promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, responsável pela Promotoria de Defesa do Consumidor. O terapeuta foi responsabilizado por dois crimes graves. O primeiro envolve a produção e venda clandestina de produtos que continham tetrahidrocannabinol (THC), o principal composto psicoativo da maconha, sem qualquer tipo de autorização legal.
O segundo crime refere-se à prática ilegal da medicina e da farmácia. Sem a devida qualificação, o acusado produzia, fracionava, embalava, rotulava e vendia uma variedade de produtos, que incluíam cremes, sabonetes, álcool gel, florais e até medicamentos fitoterápicos, tanto em uma loja física quanto por meio de redes sociais e grupos de WhatsApp.
As atividades criminosas do terapeuta ocorreram entre setembro de 2020 e janeiro de 2022, período em que ele foi alvo de mandados de busca e prisão emitidos pelo MPRS. O promotor destacou que o acusado possuía um fichário com informações de pacientes, incluindo crianças de apenas três anos e pessoas diagnosticadas com doenças graves como câncer e acidentes vasculares cerebrais. Este comportamento irresponsável fez com que muitos se tornassem dependentes da substância, pois o terapeuta aplicava doses até 40 vezes maior do que o permitido.
Além disso, foram encontrados relatos de pacientes que enfrentaram sérios problemas de saúde mental, como depressão, em decorrência do uso abusivo dos produtos. A investigação também revelou que o terapeuta chegou a fazer receitas para animais, caracterizando um total desrespeito às normas de saúde e segurança. Esta condenação levanta questões sérias sobre a prática de terapias alternativas sem supervisão adequada e a necessidade de regulamentação mais rigorosa.