Você sabia que a Adaggio, uma gestora de direitos autorais que tem em seu portfólio ninguém menos que Novos Baianos e Grupo Molejo, acaba de ser adquirida por uma empresa sueca? A Bell Partners AB desembolsou mais de R$ 150 milhões em uma competição acirrada pelo controle da empresa, e agora detém os direitos sobre uma vasta coleção de hits brasileiros. O CEO da Adaggio, João Luccas Caracas, afirma que essa nova fase permitirá à gestora operar com um "funding praticamente ilimitado" no Brasil, abrindo portas para negócios inovadores no cenário musical.

Criada em 2021, a Adaggio, antes controlada pela Arbor Capital, contava com um fundo de investimentos em participações que arrecadou R$ 60 milhões para adquirir catálogos musicais. Com a compra, a Bell Partners espera potencializar ainda mais as iniciativas da Adaggio, que já possui 170 catálogos e mais de 200 mil músicas. Além de clássicos da música brasileira, a empresa investe na aquisição de novas obras, dando preferência a hits que lideram as paradas nas plataformas digitais.

Atualmente, entre as composições adquiridas, mais de 50 estão concorrendo ao Grammy Latino deste ano, posicionando a Adaggio como uma forte presença na cena musical latina. A gestora não apenas recebe compensações pelas reproduções nas plataformas de streaming e pela arrecadação de direitos autorais via Ecad, mas também implementa uma estratégia ativa de gestão de catálogos, negociando inserções em campanhas publicitárias, filmes e séries, além de criar remixes e novas versões das canções.

A Bell Partners traz consigo uma vasta rede internacional de empresas de música, o que apresenta novas oportunidades para os catálogos da Adaggio se expandirem globalmente. João Luccas menciona a possibilidade de parcerias com o fenômeno do k-pop ou até mesmo colaborações com o setor do country americano, aproveitando o forte apelo do sertanejo no Brasil.

Embora a Adaggio comece com um foco único em obras brasileiras, a intenção é explorar catálogos de fora do país, especialmente na América Latina. Essa expansão é vista como uma grande oportunidade para aumentar seu alcance e relevância no mercado musical.

Além disso, a aquisição marca uma mudança significativa no cenário da música brasileira, uma vez que a indústria enfrenta uma "submonetização", mas apresenta um enorme potencial de crescimento com o avanço do streaming. Enquanto o Brasil ainda está atrás em termos de digitalização da música em comparação com mercados como os Estados Unidos, onde apenas 13% dos usuários são assinantes de plataformas de streaming, em comparação com 42% nos EUA, a Adaggio está posicionada para capturar essa demanda crescente.

A seguir, vale ressaltar que a Arbor Capital saiu do controle da Adaggio, mas a permanência de João Luccas e sua equipe foi um requisito essencial nesta transição. Ele, que já possui uma carreira sólida como músico e DJ, colocou a Adaggio em uma trajetória de sucesso, mostrando que mesmo em tempos difíceis, como durante a pandemia, novas oportunidades podem surgir. O futuro parece brilhante para a Adaggio sob nova direção, e quem sabe que novos sucessos podem estar a caminho no cenário musical.