Ciência

"Sol Artificial" da China Faz História com Recorde de Mais de Mil Segundos em Operação Estável!

2025-01-20

Autor: Pedro

O Tokamak Supercondutor Avançado Experimental (EAST), carinhosamente chamado de "sol artificial" da China, acaba de alcançar um feito impressionante na busca por energia de fusão nuclear: ele conseguiu sustentar uma operação de plasma em estado estacionário por incríveis 1.066 segundos! Este marco histórico foi registrado na última segunda-feira (20) e representa um novo recorde mundial, superando o anterior de 403 segundos, estabelecido pelo próprio EAST este ano.

Essa duração superior a mil segundos é vista como um avanço crucial para viabilizar a fusão nuclear, uma tecnologia que promete oferecer uma fonte de energia limpa e praticamente infinita. Especialistas acreditam que isso pode revolucionar setores como a exploração espacial e a sustentabilidade energética em nosso planeta.

Desde sua inauguração em 2006, o EAST tem se posicionado como um importante centro de experimentação e colaboração internacional, reunindo cientistas de diversas partes do mundo com o objetivo de replicar os processos de fusão nuclear que ocorrem naturalmente no Sol.

De acordo com Song Yuntao, diretor do Instituto de Física de Plasma da Academia Chinesa de Ciências (ASIPP), esse novo recorde é um passo significativo rumo ao desenvolvimento de reatores de fusão funcionais. "Para que um dispositivo de fusão funcione eficientemente, ele precisa manter uma operação estável por milhares de segundos, o que é essencial para garantir a autossustentação do plasma e, consequentemente, a geração contínua de energia nas futuras usinas de fusão", explicou.

A fusão nuclear ocorre quando núcleos atômicos se combinam para formar um núcleo mais pesado, liberando altos níveis de energia. No entanto, reproduzir esse processo em laboratório requer o atingimento de temperaturas superiores a 100 milhões de graus Celsius, além de manter condições estáveis por períodos prolongados.

Gong Xianzu, chefe da divisão de Física e Operações Experimentais do EAST, ressaltou que o sucesso do experimento é resultado de melhorias substanciais nos sistemas do dispositivo. Uma das principais inovações foi no sistema de aquecimento, que agora opera com o dobro da potência em comparação à capacidade anterior, equivalente a quase 70.000 fornos de micro-ondas domésticos. Isso tem sido fundamental para garantir a estabilidade necessária para experimentos prolongados.

Esse avanço tecnológico não apenas levou o "sol artificial" a novos patamares, mas também se aproxima da meta final: criar uma fonte de energia contínua, segura e sustentável, semelhante à fusão nuclear que ocorre naturalmente no Sol.

Os impactos de um "sol artificial" podem ser imensos. Pesquisadores têm explorado a fusão nuclear por mais de 70 anos, sempre em busca de uma alternativa limpa e ilimitada às fontes tradicionais de energia. Se essa tecnologia se mostrar viável, ela poderá transformar não apenas a matriz energética global, mas também abrir novos horizontes para missões espaciais que vão além do nosso sistema solar, oferecendo uma fonte confiável de energia para longas jornadas no espaço.

A corrida pela fusão nuclear está apenas começando e o sucesso do EAST pode ser o primeiro passo em direção a um futuro energético revolucionário, onde a energia do Sol será dominada em laboratórios aqui na Terra!