Trump, alta de juros e o futuro do dólar: O que o Brasil pode esperar?
2025-01-21
Autor: Matheus
Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos em novembro de 2024, tomou posse oficialmente nesta segunda-feira (20). Em seu primeiro discurso como 47º presidente, Trump prometeu restaurar a grandeza da América, com planos de combater a inflação e implementar tarifas de importação.
As palavras do republicano trouxeram incertezas ao mercado financeiro, que aguarda medidas que poderão impactar não apenas os EUA, mas também a economia global, inclusive o Brasil. A promessa de tributar outros países em vez de seus próprios cidadãos é uma iniciativa ousada que pode influenciar as relações comerciais internacionais.
Analistas indicam que a alta nas tarifas de importação pode resultar em preços mais altos nos EUA, possivelmente desencadeando uma onda inflacionária. Isso, combinado com uma política de imigração mais restritiva, poderá pressionar ainda mais a inflação, gerando desafios adicionais para o Federal Reserve, que precisará decidir entre continuar elevando as taxas de juros ou enfrentar uma crise inflacionária mais grave.
Em dezembro, o Fed já havia sinalizado dificuldades em controlar a inflação, e as taxas de juros nos EUA estão prontas para continuar em níveis elevados, o que pode atrair investimentos para o país e valorizar o dólar frente a outras moedas, como o real brasileiro.
Os impactos no Brasil já são visíveis. Após a eleição de Trump, o dólar alcançou recorde histórico, subindo para a casa dos R$ 6, e as projeções indicam que a moeda americana deve permanecer nesse patamar até 2025. Os economistas alertam que, se o Banco Central do Brasil não agir para aumentar a taxa Selic, a situação financeira do país pode se agravar, já que taxas de juros mais altas nos EUA tendem a desviar investimentos do Brasil.
Além disso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, já apresenta sinais de estagnação, caindo abaixo dos 130 mil pontos pela primeira vez desde a eleição de Trump, como resultado de preocupações tanto com as contas públicas do Brasil quanto com a volatilidade do mercado global.
Curiosamente, enquanto o dólar e o mercado de ações lutam, uma luz brilha no universo das criptomoedas. Trump, agora também identificado como um entusiasta dos criptoativos, prometeu criar um ambiente regulatório que favoreça o bitcoin. O ativo já experienciou uma alta histórica, superando a marca de US$ 100 mil. Essa ascensão se dá em um contexto onde o mercado de criptoativos finalmente começa a prosperar, mesmo à sombra de uma administração que, antes, parecia hostil a esses ativos.
Em suma, o novo governo Trump traz um cenário misto: incertezas financeiras e comerciais que podem prejudicar o Brasil, mas também oportunidades no setor de criptomoedas, que promete crescer durante sua presidência. O futuro, no entanto, permanece incerto, e o impacto das futuras decisões de Trump será o centro das atenções nos próximos anos.