Os líderes do governo Lula, tanto no Congresso quanto no Senado e na Câmara, adotaram um preocupante silêncio frente à recente alta do dólar. Quando Jair Bolsonaro estava à frente do país, esses mesmos líderes eram vocais críticos em relação à desvalorização do real.

Na última sexta-feira (1º de novembro de 2024), o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,87, marcando o segundo maior valor nominal já registrado na história do Brasil. Em 2024, o real foi a sétima moeda que mais se desvalorizou em comparação ao dólar, superando apenas moedas de países como Sudão do Sul, Etiópia, Nigéria, Egito, Gana e Argentina. Bolsonaro, por sua vez, resgatou postagens antigas da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que criticavam os níveis da moeda americana durante seu governo.

Enquanto isso, o Poder360 revelou que outros membros do governo Lula também se manifestaram contra as cotações elevadas do dólar na gestão anterior. Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do Governo no Congresso, frequentemente expôs suas preocupações nas redes sociais, como, por exemplo, ao afirmar que "o dólar pela primeira vez alcançou R$ 5,00" e criticou as reformas propostas por Paulo Guedes em meio a crises.

Essas postagens foram frequentes: no início de 2020, Rodrigues expressou: "O dólar a R$ 4,25! Paulo Guedes deu seu showzinho autoritário e quem paga é o país". Em um tom sarcástico, ele também comentou sobre os altos valores do dólar, ressaltando que isso "não é nem para poucos, apenas para o atual presidente da República!".

O deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, também fez declarações contundentes sobre a cotação do dólar anterior, sugerindo que um valor alto seria um motivo para impeachment de Bolsonaro. Em postagens de 2020, Guimarães se defendeu, dizendo que a alta do dólar não deveria ser atribuída à pandemia de coronavírus, e criticou a política econômica do ex-presidente.

Recentemente, Guimarães não fez comentários sobre o assunto nas redes sociais desde agosto, quando mencionou a queda do dólar abaixo de R$ 5,50 e um desempenho positivo do Ibovespa. O silêncio atual do governo Lula levanta preocupações sobre como a gestão está lidando com a questão econômica que afeta diretamente a população, especialmente neste cenário de incertezas globais e seus reflexos no Brasil.

Enquanto isso, especialistas alertam que a persistente desvalorização do real pode impactar negativamente a inflação e o poder de compra dos brasileiros. O que irá acontecer com a economia brasileira nos próximos meses? Será que o governo Lula irá quebrar o silêncio e abordar a situação de forma transparente? As expectativas estão no ar.