O mercado financeiro está em alvoroço com as suas projeções, que indicam que a taxa Selic pode chegar a 15% até o final de 2025. Essa estimativa surgiu após a decisão do Banco Central (BC) de aumentar a Selic em 1 ponto percentual (p.p.) e as indicações de que mais dois aumentos estão por vir, na mesma magnitude.

No comunicado oficial emitido pelo Comitê de Política Monetária (Copom), foi destacado que ‘ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões’ podem ocorrer, especialmente se o cenário inflacionário se mostrar mais adverso. Atualmente, a Selic se encontra em 12,25%.

A taxa Selic é crucial, pois influencia diretamente as taxas de empréstimos e financiamentos, além de afetar os rendimentos de investimentos no Brasil. Em uma pesquisa com instituições financeiras e consultorias, as projeções para a Selic variam entre 12,25% e 15% ao ano.

O banco BTG Pactual projeta que a Selic pode fechar 2025 em 14,75%. Segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do banco, há uma percepção crescente de que os riscos fiscais são significativos, evidenciados pelo aumento da dívida pública e a falta de medidas estruturais para contrabalançar essa tendência até o final da década.

A Warren Investimentos também estima que a taxa básica de juros atingirá 14,75% no próximo ano. O estrategista-chefe da corretora, Sérgio Goldenstein, comentou que a situação fiscal é um fator importante que influencia uma possível acomodação da Selic. Ele enfatiza a necessidade de uma mudança na percepção dos agentes econômicos sobre a situação fiscal do país.

Enquanto isso, a agência de classificação de risco Austin Rating previu que a Selic poderá alcançar 13,50% até o fim de 2025. Seu economista-chefe, Alex Agostini, acredita que a curva de juros atingirá um pico de 15,00% em maio de 2025 antes de começar a cair em setembro. Agostini também destaca que as recentes decisões do BC refletem considerações sobre o pacote fiscal, que não foi bem recebido pelo mercado, levando a uma perda de confiança.

No cenário governamental, o pacote do presidente Luiz Inácio Lula da Silva visa cortar gastos, com previsões de impacto econômico de R$ 71,9 bilhões para 2025 e 2026, e um total de R$ 327 bilhões para os próximos seis anos. A ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) comentou que a elevação da Selic em 1 p.p. está parcialmente ligada ao fato de que o pacote fiscal ainda não foi aprovado pelo Congresso. Ela acredita que a aprovação destas medidas em 2024 pode reverter algumas das previsões do Copom.

Assim, a expectativa para a economia brasileira nos próximos anos continua em expectativa, com real necessidade de reformas e medidas eficazes para estabilizar a situação fiscal e evitar uma escalada inflexível na Selic. Todos aguardam ansiosos pelas decisões que moldarão o futuro econômico do nosso país.