Recentemente, a China revelou um vislumbre intrigante das amostras coletadas do lado oculto da Lua pela sua missão Chang’e 6. Publicado na renomada revista National Science Review, o estudo inicial dessas amostras aponta diferenças significativas em relação às coletadas no lado visível da Lua, oferecendo novas pistas sobre a formação e evolução do nosso satélite natural.

A missão Chang’e 6, que começou em maio e durou 53 dias, teve como alvo a cratera Apollo, situada na face oculta do satélite. O módulo de pouso escavou e perfurou o solo lunar, enviando os materiais coletados para a órbita através de um veículo de ascensão, antes que um módulo de reentrada trouxesse cerca de 1,9 kg de material de volta à Terra no final de junho.

Uma vez na Terra, as amostras foram armazenadas em instalações preparadas para uma análise cuidadosa. Agora, os primeiros detalhes sobre seu conteúdo começaram a ser divulgados, liderados pela pesquisadora Li Chunlai e seus coautores.

De acordo com os dados iniciais, as amostras do lado oculto têm uma densidade inferior em comparação com aquelas obtidas do lado visível. Além disso, sua estrutura é mais solta e porosa, sugerindo que esses materiais seriam ainda mais “leves” em seu estado natural na superfície lunar.

É curioso notar que, além da densidade, o solo lunar coletado contém uma quantidade maior de partículas claras, como feldspato e vidro, em relação às amostras da missão Chang’e 5, realizada em 2020. Essa informação indica que a área de coleta pode ter recebido material proveniente de regiões distantes, possivelmente devido a eventos de impacto, como colisões de asteroides. Os cientistas acreditam que as rochas basálticas da região estão misturadas com materiais ejetados de locais não basálticos.

Outro aspecto crucial é a baixa concentração de KREEP (rochas ricas em potássio, elementos de terras raras e fósforo), que é mais abundante no lado visível da Lua. Essa diferença pode oferecer explicações valiosas sobre as características distintas que se observam entre os dois lados do asteroide.

Os investigadores confiam que as amostras coletadas ajudarão a entender melhor a evolução lunar, desde as atividades vulcânicas até a história de impactos e a composição da crosta e do manto lunar.

À medida que os cientistas avançam nas análises das amostras da Chang’e 6, novas descobertas podem surgir, beneficiando não apenas os pesquisadores chineses, mas também a comunidade científica global. Prepare-se para mais revelações sobre o que realmente ocorre no lado oculto da Lua – o que a ciência ainda pode revelar pode mudar tudo que pensávamos saber sobre o nosso satélite!