Sarajevo, a capital da Bósnia, tornou-se um dos lugares mais perigosos do mundo para se respirar, com a concentração de partículas finas alcançando impressionantes 47 vezes o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta quarta-feira, a cidade atingiu um alarmante índice de qualidade do ar de 320, classificando-se como a segunda cidade mais poluída do planeta, atrás apenas de Daca, no Bangladesh.

Este quadro de poluição extrema se agrava com o inverno, quando as temperaturas baixas e a geografia montanhosa da região impedem que os poluentes se dispersem, deixando a cidade cercada por uma densa camada de smog. Segundo Anes Podic, presidente da associação ecológica Eko-akcija, o maior responsável pela crise de qualidade do ar é o aquecimento individual, que ainda se utiliza de combustíveis sólidos, especialmente a madeira. Ele revela que entre 30 mil e 40 mil lares queimam madeira em fogões de baixa qualidade, resultando em emissões extremamente nocivas.

De acordo com um estudo da ONU, a poluição do ar é culpada por 20% das mortes prematuras em 19 cidades dos Bálcãs, com os cidadãos perdendo até 1,3 anos de vida devido à exposição ao ar poluído. Além disso, é importante destacar que a poluição do ar está fortemente associada a um aumento nos casos de doenças respiratórias, doenças cardíacas, diabetes e vários tipos de câncer.

Os efeitos da poluição atmosférica se tornaram ainda mais graves com as mutações climáticas que enfrentamos, elevando o nível de riscos à saúde. Especialistas alertam: os danos à saúde causados pela poluição do ar podem se igualar, ou até superar, os efeitos prejudiciais do tabaco e do álcool.

Diante desse cenário alarmante, é essencial que as autoridades tomem medidas urgentes para combater a poluição do ar em Sarajevo. A população clama por ações efetivas que visem proteger a saúde pública e garantir um futuro mais saudável para todos.