Tecnologia

Sala Secreta da Red Bull: Como a NASA e 4 Bilhões de Simulações Transformam a F1

2024-11-02

Autor: Lucas

As simulações de dados na Fórmula 1 se tornaram essenciais, especialmente quando falamos sobre a degradação de pneus. Isso porque, com o desgaste, a aderência dos pneus diminui, tornando os carros mais difíceis de controlar e aumentando o tempo das voltas, o que torna os pilotos mais suscetíveis a ultrapassagens.

A estratégia é prever a máxima vida útil de um jogo de pneus para evitar esse cenário delicado. Harington, um dos engenheiros da Red Bull Racing, explica que eles utilizam todas as informações disponíveis sobre a interação dos pneus com a pista, especialmente ao passar sobre as zebras, onde o desgaste é intensificado. "Vamos simular cenários como a possibilidade de uma bandeira amarela na volta 3. Isso afeta diretamente o momento do pit stop. Até onde podemos ir com um conjunto de pneus?"

Desde que a Red Bull se tornou parceira da Oracle em 2021, sua capacidade de simulação aumentou significativamente, em torno de 25%. A Oracle, uma gigante da tecnologia especializada em gerenciamento de dados, forneceu ferramentas que permitem à equipe fazer previsões precisas, utilizando um sistema semelhante ao da bolsa de valores, onde dados em tempo real são analisados.

Dentro da fábrica, existe uma sala de operações, comparada a um centro de controle da NASA, onde 60 funcionários analisam dados que chegam em impressionantes 4.4 milissegundos de cada corrida. Isso permite que a equipe reaja rapidamente a qualquer situação nas pistas, já que têm um volume imenso de informações, equivalente a 8 bilhões de simulações em uma corrida anterior, para antecipar possíveis estratégias dos adversários.

Cada carro da Red Bull é equipado com aproximadamente 300 sensores que monitoram tudo, desde a temperatura do motor até as forças G. No entanto, se um carro quebrar, todos esses dados podem se perder, tornando crucial a forma como a equipe utiliza as informações coletadas.

Além disso, a conexão com a Inteligência Artificial (IA) na Fórmula 1 está em crescimento, embora Harington mantenha certo sigilo sobre como a Red Bull a utiliza nos seus processos. Ele acredita que a IA será um componente vital nas operações da equipe no futuro, ajudando a melhorar ainda mais a performance e a tomada de decisões em tempo real.

A Red Bull Racing não é a única equipe a investir em tecnologia avançada, mas o que eles têm feito com a Oracle ultrapassa o simples uso de ferramentas. Os dados não apenas influenciam a estratégia durante as corridas, mas também impactam o desenvolvimento contínuo dos motores e a eficiência aerodinâmica dos carros.

A Fórmula 1 se apresenta como um verdadeiro laboratório para a tecnologia, onde prazos rigorosos e a necessidade de inovação constante desafiam as equipes a encontrar as melhores soluções, preparadas para um campeonato em que cada segundo conta. A fusão de esportes e tecnologia revela-se mais forte do que nunca, prometendo um futuro emocionante tanto para os fãs quanto para os engenheiros.