Um tribunal em Moscou declarou Alexander Kraichik, de 34 anos, culpado de traição ao Estado por apoiar financeiramente um país estrangeiro em um contexto de intensa polarização política. O ato considerado ilegal ocorreu dois dias após o início da operação militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, quando Kraichik transferiu 50 euros para uma conta bancária alemã ligada ao exército ucraniano.

Essa condenação representa um agravamento da repressão às vozes dissidentes dentro da Rússia, onde a legislação de traição tem sido usada cada vez mais para silenciar opositores. O grupo de direitos humanos Memorial, que já foi rotulado como "agente estrangeiro" e banido pelas autoridades russas, acompanhou o caso de Kraichik, que foi preso em 2023 enquanto tentava deixar a Rússia em direção à Turquia, logo após a apreensão de seu celular.

A situação de Kraichik não é isolada. Em um caso semelhante, Ksenia Karelina, uma cidadã russo-americana de 32 anos, foi condenada a 12 anos de prisão por doar aproximadamente 50 dólares a uma organização ucraniana. Karelina, que residia na Califórnia, foi detida durante uma visita à sua família na Rússia.

Esses casos levantam um alerta sobre como as autoridades russas estão tratando atos de apoio à Ucrânia como crimes graves, o que revela um cenário alarmante para os direitos civis e a liberdade de expressão no país, especialmente em tempos de conflito. Os defensores dos direitos humanos chamam a atenção para a crescente repressão e encorajam um olhar mais atento à situação dos dissidentes que se opõem ao regime de Vladimir Putin.