A Solidão Pode Aumentar o Risco de Demência, Revela Estudo Global
2024-11-15
Autor: Gabriel
"A solidão é uma questão crucial para a cognição em geral, abrangendo todo o espectro da demência", afirmou Martina Luchetti, professora assistente de ciências comportamentais e medicina social na Universidade Estadual da Flórida. "É importante lembrar que a demência não surge do dia para a noite; ela é uma síndrome que se desenvolve ao longo de décadas, e a solidão está ligada a diversos resultados cognitivos, muito além do estágio final da doença."
Os pesquisadores mediram a solidão por meio de perguntas aos participantes, como "Com que frequência você se sente solitário?" e "Com que frequência sente que não tem companhia?", avaliadas em uma escala que variava de nunca a sempre. Para determinar o estado cognitivo, foram utilizados diagnósticos de demência e o desempenho em testes cognitivos.
As estimativas revelaram que a sensação de solidão aumenta em 31% o risco de demência de todas as causas e em 15% o risco de comprometimento cognitivo. Essas associações se mantiveram mesmo após o controle de fatores como sintomas depressivos, isolamento social, diabetes, hipertensão e obesidade. O impacto da solidão no risco de demência foi considerado semelhante ao de comportamentos de risco como o sedentarismo e o tabagismo.
"Embora ainda não tenhamos uma cura para o Alzheimer e outros tipos de demência, já temos como tratar a solidão", destacou Joel Salinas, professor assistente clínico de neurologia da NYU Langone Health e diretor médico da Isaac Health, que não esteve envolvido na pesquisa. "A chave está em apoiar as pessoas—perguntando se elas precisam de algo e estando disponíveis para ouvi-las—e isso é algo que todos nós podemos fazer."
A solidão está se tornando um problema crescente em várias partes do mundo, especialmente entre idosos e pessoas que vivem sozinhas. Estima-se que cerca de 1 em cada 5 adultos sinta-se frequentemente solitário. Iniciativas comunitárias, como grupos de apoio e atividades sociais, têm sido recomendadas para mitigar essa sensação e, consequentemente, proteger a saúde mental e cognitiva da população. Investir em conexões sociais pode ser um passo vital não apenas para promover uma vida social ativa, mas também para reduzir o risco de doenças cognitivas. Portanto, a mensagem é clara: cultivar relacionamentos é uma forma poderosa de cuidar da saúde mental!